Pouco depois de se saber o resultado do referendo começaram a chover protestos nas redes sociais (que valem o que valem). Alguns tipicamente britânicos.
Raheem Sterling unable to vote in EU referendum because he can’t put a cross in the box.
E outros um pouco mais sérios. Como esta
manifestação chamada LondonStillStays marcada para o dia 28 de Junho (3f passada) em Trafalgar Square. Esta veio no seguimento da LondonStays que, depois de 50 mil pessoas terem demonstrado interesse em ir, foi suspensa por razoes de segurança.
Apesar de mais um dia de verão invernoso decidi aparecer em Trafalgar Square para ajudar nos números. A escadaria estava cheia de jornalistas de cadeias estrangeiras mas, talvez por causa do tempo, o protesto acabou por nao ter os números esperados. Apesar do espírito positivo quase de festa olhei para os que lideravam o protesto...e nao me revi neles. Eram adolescentes a debitar a cassete de sempre apenas com o objetivo de apanhar uma moca e papar a garota de cabelo azul. Alguns a favor do líder trabalhista Corbyn e todos contra os Tories...todos os tories (pensei que fosse um protesto a favor de uma ideia de europa em vez de contra ideologias políticas). Algures na multidão alguém segurava um bandeira vermelha. Provavelmente a mesma que leva a todos os protestos e marchas. Há quem faca um tour de festivais de verão....e há quem faca um tour de protestos. Sempre nos faz sentir quentinhos cá dentro apesar de não mudarmos rigorosamente nada.
Outros ajeitavam o cabelo antes de fazer um enorme sorriso para a selfie. Que desfaziam imediatamente. E com a mesma rapidez que o sorriso desaparecia eles também...para outro ponto da manifestação. Para nova selfie.
Mas também vi casais com filhos que pareciam estar genuinamente ali pelo futuro dos seus filhos. Para lá da fronteira do seu sotaque.
A certa altura começou a chover e foi comovente ouvir um coro de "we love EU" dos resistentes de chapéu de chuva na mao. Mais brit seria difícil.
Nao foi só de protestos que se falou nesse dia mas também de
uma petição exigindo a discussão de um segundo referendo no parlamento. Houve também uma polémica relacionada com esta petição visto que alguns dos registos eram até vindos de fora do Reino Unido. De qualquer forma das 100 mil assinaturas necessárias conseguiram 4...milhões (de notar que todos os residentes podem assinar. Mas só os portadores de passaporte puderam votar). O que significa que isto terá mesmo de ser discutido no parlamento. Resta-me imaginar se o mesmo se passaria se o resultado foi o inverso e se tal também seria considerado um direito.