Depois de ano e meio a namorar aceleras (vespas, x9, mp3). De ler sobre CBTs e afins e ficar frustrado por ter uma carta de condução "antiga" que não me dá direito a conduzir 125cc. Depois de vender a ideia de que uma acelera era melhor porque é mais visível e estável...eis senão que, chegada a primavera e ao reparar no ar de felicidade dos ciclistas enquanto eu me encaminho para o ensardinhanço no tube, decido comprar uma bicicleta para o meu commute diário.
Ironicamente no dia que a encomenda chegou um colega meu foi "doored". Alguém decidiu sair de um taxi e ele deu de caras (literalmente) com a porta. Com o garfo partido e ainda a recuperar os sentidos, ainda levou com os gritos do taxista que quase que chegou a vias de facto. O taxista queixava-se também de o passageiro ter saído sem pagar (o que é estranho porque normalmente trancam as portas) e depois de descarregar a raiva sentou-se ao volante e saiu sem prestar qualquer assistência. Apesar de ter o ombro arruinado, teve sorte. Vários acidentes graves acontecem porque os passageiros abrem as portas sem olhar. Basta alguém parado numa fila abrir a porta no momento em que o ciclista o ultrapassa para se colocar na zona reservada para ciclista em frente ao semáforo (algo que é legal) para o empurrar para a faixa contraria e directamente para o outro mundo.
O meu primeiro dia não deveria de contar oficialmente como "dia". Visto ter sido apenas regressar a casa. Mas serviu para pensar "fodasse...onde é que me meti".
O caminho recomendado pelo google maps em modo de transporte bicicleta (curiosamente indisponível para lisboa) enviou-me para Leicester Square, Charing Cross, Whitehall, Westminster...provavelmente os piores lugares para um ciclista. Apesar de o transito ser respeitador do ciclista (excepto black cabs e carrinhas tipo Ford transit) os motociclistas (especialmente as aceleras) e sobretudo outros ciclistas fizeram-me borrar a cueca. Diria que o inimigo Nº1 do ciclista é outro ciclista...seguido logo pelos peões. É incrível como as pessoas são estúpidas. Como olham para o lado errado da estrada. Como atravessam a estrada enquanto falam ao telemóvel. Como ao verem o sinal vermelho passam por entre os carros e double deckers, em vez de na passadeira, sem ver se vem um ciclista ou pior...uma moto. E como alguns gostam de sair do autocarro e correr para o outro lado da estrada pela frente do mesmo...uma surpresa para quem está a ultrapassar o autocarro.
Fez-me alguma confusão ver a forma como alguns ciclista ziguezagueavam pelo transito. E especialmente os que usam as boris bikes. Não têm capacete. Não aparentam saber muito bem para onde vão mas ultrapassam e mudam de faixa sem sequer olhar.
Senti um certo orgulho ao passar por trafalgar square, whitehall e, enquanto estava parado num semáforo rodeado de bmws e autocarros, ver o big Ben. Senti que estava ali na carótida da cidade. Se houve um momento que realmente gostei foi ao descer a Cycle highway na Millbank mas passou-me logo que aqueles cromitos do ciclismo me ultrapassavam a razar. Assim tão silenciosamente como ninjas.
Foi estranho estar a passar por Chelsea em duas rodas. E começar a ver as ruas decoradas de flores e Porches. Talvez por isso distraí-me ao passar a Chelsea Bridge e virei para a rua errada. Como sempre andei debaixo de terra, não sei muito bem por onde vou. E como as ruas e casas são todas muito semelhantes demorei um pouco para perceber que estava enganado. Depois tentei ir por um atalho que era um beco sem saída. E acabar por chegar à caótica Vauxhall. Aí era um emaranhado de autocarros e pessoas na rua e eu sem saber muito bem para onde ir. Já estava bastante cansado e com uma valente dor de rabo (o banco desportivo fica bonito mas não ajuda) e parava constantemente para ver o googlemaps.
Finalmente consegui chegar a Stockwell e aí sabia que era sempre em frente. Mas era uma rua principal e isso significava carros por todo o lado e outros ciclistas que me ultrapassavam mais rápido que carros. Senti-me bastante intimidado ao ouvir o motor dos autocarros atrás de mim. E uma vozinha dentro de mim a dizer "se caíres...já foste.". E a cortina de vento quando me ultrapassam para travar numa paragem imediatamente a minha frente obrigando-me a travar com uma mão sinalizar com a outra e espreitar se não vem nenhum carro.
Nas primeiras semanas em Londres fiquei frustrado ao ser ultrapassado por mulheres completamente balofas nos tuneis do metro. Eu que julgava andar tão rápido! E tive a mesma sensação desta vez que estava em duas rodas. É verdade que é uma single speed mas ser ultrapassado por lontras deixa qualquer um desanimado.
Ao chegar a casa estava encharcado em suor e tinha as pernas a tremer de esforço. Sentia orgulho por ter conseguido e ter resistido à vontade de meter a bicicleta no comboio em Vauxhall e ir directo a casa. Mas começou a crescer dentro de mim a ideia de que o investimento na bicicleta (no cadeado e capacete que vinham no dia seguinte) estavam perdidos.
Ao chegar ao escritório no dia seguinte perguntaram-me como tinha sido. Não consegui esconder o meu desânimo e disse (meio a brincar...meio a sério) "anyone interested in a bike?". A história espalhou-se rapidamente pelo escritório e consegui ouvir um ecoar de "he's quitting already!?" e em menos de nada tinha parte das equipas no nosso quadrado a perguntar pormenores entre gargalhadas...
O meu colega polaco distanciava-se da maioria. Um tipo que vai sempre de bicicleta quer faça sol, chuva, granizo, neve, gelo...temperaturas negativas...nada é desculpa. E tentou-me convencer a não desistir. Que a primeira vez é sempre assustadora mas que em menos de nada ia começar a sentir prazer. Que tinha de insistir.
Tinha de arranjar um motivo para "insistir" uns dias. E a forma que arranjei foi de apostar com o um colega ingles que ia todos os dias de bicicleta durante duas semanas. 10£ para andar cerca de 25km dia. 250km no total...que ficariam a 0.04£/Km. Provavelmente o ciclista mais mal pago do mundo. Apertámos a mão e saí coxeando até à cozinha para tomar um café inspirador.
Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett
quarta-feira, 10 de julho de 2013
sábado, 22 de junho de 2013
Greenwich+Docklands International Festival 2013
Apesar de o primeiro dia de Verão não convidar a grandes saídas vale a pena dar um passeio até Greenwich para ver mais um Greenwich and Docklands International Festival.
Não percam a última oportunidade para ver o grande "As The World Tipped" pela mão dos Wired Aerial Theatre. Talvez hoje, mais que nunca, seja importante ver este espectáculo sobre as alterações climáticas. Numa altura em que se teme ser o verão mais frio de sempre.
Onde: National Maritime Museum, Royal Museums Greenwich, SE10 9NF
Quando: Hoje 22h.
Tempo: 55min.
Para quem está já convencido a ir, não veja o video seguinte. O factor surpresa é importante.
No próximo fim-de-semana temos algo que pode ter um significado especial para muitos dos que lêem este blog. "One Million" é um espectáculo sobre o desemprego jovem no reino unido. Será apresentado pelas mãos dos "Tangled Feet" num local que esteve nas bocas do mundo recentemente pelos piores motivos. A Royal Artillery Square em Woolwich.
Não percam a última oportunidade para ver o grande "As The World Tipped" pela mão dos Wired Aerial Theatre. Talvez hoje, mais que nunca, seja importante ver este espectáculo sobre as alterações climáticas. Numa altura em que se teme ser o verão mais frio de sempre.
Onde: National Maritime Museum, Royal Museums Greenwich, SE10 9NF
Quando: Hoje 22h.
Tempo: 55min.
Para quem está já convencido a ir, não veja o video seguinte. O factor surpresa é importante.
No próximo fim-de-semana temos algo que pode ter um significado especial para muitos dos que lêem este blog. "One Million" é um espectáculo sobre o desemprego jovem no reino unido. Será apresentado pelas mãos dos "Tangled Feet" num local que esteve nas bocas do mundo recentemente pelos piores motivos. A Royal Artillery Square em Woolwich.
domingo, 9 de junho de 2013
Not even made (Partially) in Portugal
Depois de ter encontrado um produto parcialmente feito em Portugal no meu supermercado local (e de isso ter resultado em comentários interessantes de alguns bloggers) comecei a procurar mais produtos, sem sucesso. O que não esperava era de ver a mesma embalagem, com os mesmos produtos, agora sem o carimbo Português.
As framboesas deixaram agora de ser Portuguesas para serem espanholas. E não foram os unicos produtos espanhóis que encontrei.
Tanto quanto sei a cereja precisa de temperaturas temperadas e primavera digna desse nome. E mais que tudo não precisa de neve, granizo e chuva. Tudo isto aconteceu um pouco por todo o Reino Unido há pouco mais de um mês. O que torna esta fruto muito difícil de criar cá e um grande mercado por explorar pela muita procura e nenhuma oferta.
Justamente na época da cereja. Quando em Portugal, em cada esquina, encontramos bancadas de rua repletas de cereja...em Londres não encontro uma única cereja Portuguesa!
Sei que um supermercado não é representativo de nada mas quando ao lado tenho outra bancada com uma qualidade de cereja diferente mas provenientes de...
Espanha...novamente. Ora isto deixa-me revoltado.
Eu lembro-me de ver a fartura de cerejas que tinha em Portugal. E de como os preços baixavam rapidamente devido a essa fartura. Se não temos falta de cereja porque é que não a exportamos?
Na wikipedia podemos encontrar uma tabela dos maiores produtores de cereja. E deixa-me espantado portugal encontrar-se no fundo (mesmo tendo em conta a área). Espanha encontra-se em quinto lugar com 96 mil toneladas...atrás dos states e da turquia que produzem 4 vezes mais!
Na mesma tabela. Portugal aparece com 11.2 mil toneladas. Com pouco mais que as "grandes" potências Bósnia e Albânia (que têm várias vezes menos área que Portugal). E com uma tonelada a menos que a Índia. Um país quente e húmido...justamente o local mais difícil de plantar cerejeiras.
Ora para aqueles que dizem que Portugal tem pouca área e pouca capacidade de produção para competir com Espanha, expliquem-me como é que Espanha consegue roubar o lugar à Turquia! Porque a Turquia terá um custo de produção mais barato (tal como Portugal). E se (como ontem ouvi) Portugal tem "a melhor cereja do mundo" a um custo de produção mais barato, porque é que não a vejo cá?
Também pode ser verdade aquilo que alguns dizem. Que (à semelhança com o pata negra) são criados em Portugal e distribuídos por Espanha. Mas, a ser verdade, quem é o otário? Será que nos podemos queixar, a não se de nós próprios, quando vendemos um produto por tuta e meia que depois aparece nas prateleiras portuguesas com carimbo espanhol (como no caso de presunto, chouriço)?
Pouco depois de uma reportagem no jornal da sic sobre os "novos" agricultores portugueses que exportam quase tudo "lá pra fora". Focando-se num que exportava framboesas. Encontrei duas grandes bancadas do fruto...e fiquei a espera de ver "Portugal"...mas encontrei Spain.
Mas, provavelmente, o mais escandaloso que vi foi a quantidade de embalagens diferentes de morangos made in UK.
Eu lembro-me de, ainda criança, ir pelo interior para a terra dos avós e ali pela zona do Ribatejo ver grandes estufas de morangos (enquanto o meu pai desesperava por uma oportunidade de ultrapassar um tractor carregado de tomates). E tanto quanto sei o morango precisa de calor e, sobretudo, sol directo. Ora o Reino Unido é conhecido por não ter sol! E mais...este inverno foi bem rigoroso. Com zonas do país sempre cobertas de neve. Durante uns quatro meses a temperatura média em Londres não andava muito acima dos 4 graus e o céu era constantemente cinzento. Ora com neve, granizo, vento, chuva (lembram-se nas notícias de inundações no país de gales?) e um céu cinzento... como é que Essex e Kent conseguiram produzir morangos que conseguem competir com os de "lá fora"? Como é que Portugal, com o sol, os solos e a mão de obra barata, não consegue?
Vendo a tabela dos maiores produtores de morangos do mundo lá temos, novamente, os EUA e a Turquia. Espanha logo a seguir. Portugal, tal como o reino Unido, nem aparece.
Como é que queremos ter produtos e serviços de fora, uma divida enorme para pagar, se nem no mais óbvio somos competitivos?
Agora pensem nisto quando forem,amanha, para a rua gritar "Gatunos!" a quem ainda tem pachorra para governar este rectângulo.
As framboesas deixaram agora de ser Portuguesas para serem espanholas. E não foram os unicos produtos espanhóis que encontrei.
Tanto quanto sei a cereja precisa de temperaturas temperadas e primavera digna desse nome. E mais que tudo não precisa de neve, granizo e chuva. Tudo isto aconteceu um pouco por todo o Reino Unido há pouco mais de um mês. O que torna esta fruto muito difícil de criar cá e um grande mercado por explorar pela muita procura e nenhuma oferta.
Justamente na época da cereja. Quando em Portugal, em cada esquina, encontramos bancadas de rua repletas de cereja...em Londres não encontro uma única cereja Portuguesa!
Sei que um supermercado não é representativo de nada mas quando ao lado tenho outra bancada com uma qualidade de cereja diferente mas provenientes de...
Espanha...novamente. Ora isto deixa-me revoltado.
Eu lembro-me de ver a fartura de cerejas que tinha em Portugal. E de como os preços baixavam rapidamente devido a essa fartura. Se não temos falta de cereja porque é que não a exportamos?
Na wikipedia podemos encontrar uma tabela dos maiores produtores de cereja. E deixa-me espantado portugal encontrar-se no fundo (mesmo tendo em conta a área). Espanha encontra-se em quinto lugar com 96 mil toneladas...atrás dos states e da turquia que produzem 4 vezes mais!
Na mesma tabela. Portugal aparece com 11.2 mil toneladas. Com pouco mais que as "grandes" potências Bósnia e Albânia (que têm várias vezes menos área que Portugal). E com uma tonelada a menos que a Índia. Um país quente e húmido...justamente o local mais difícil de plantar cerejeiras.
Ora para aqueles que dizem que Portugal tem pouca área e pouca capacidade de produção para competir com Espanha, expliquem-me como é que Espanha consegue roubar o lugar à Turquia! Porque a Turquia terá um custo de produção mais barato (tal como Portugal). E se (como ontem ouvi) Portugal tem "a melhor cereja do mundo" a um custo de produção mais barato, porque é que não a vejo cá?
Também pode ser verdade aquilo que alguns dizem. Que (à semelhança com o pata negra) são criados em Portugal e distribuídos por Espanha. Mas, a ser verdade, quem é o otário? Será que nos podemos queixar, a não se de nós próprios, quando vendemos um produto por tuta e meia que depois aparece nas prateleiras portuguesas com carimbo espanhol (como no caso de presunto, chouriço)?
Pouco depois de uma reportagem no jornal da sic sobre os "novos" agricultores portugueses que exportam quase tudo "lá pra fora". Focando-se num que exportava framboesas. Encontrei duas grandes bancadas do fruto...e fiquei a espera de ver "Portugal"...mas encontrei Spain.
Mas, provavelmente, o mais escandaloso que vi foi a quantidade de embalagens diferentes de morangos made in UK.
Eu lembro-me de, ainda criança, ir pelo interior para a terra dos avós e ali pela zona do Ribatejo ver grandes estufas de morangos (enquanto o meu pai desesperava por uma oportunidade de ultrapassar um tractor carregado de tomates). E tanto quanto sei o morango precisa de calor e, sobretudo, sol directo. Ora o Reino Unido é conhecido por não ter sol! E mais...este inverno foi bem rigoroso. Com zonas do país sempre cobertas de neve. Durante uns quatro meses a temperatura média em Londres não andava muito acima dos 4 graus e o céu era constantemente cinzento. Ora com neve, granizo, vento, chuva (lembram-se nas notícias de inundações no país de gales?) e um céu cinzento... como é que Essex e Kent conseguiram produzir morangos que conseguem competir com os de "lá fora"? Como é que Portugal, com o sol, os solos e a mão de obra barata, não consegue?
Vendo a tabela dos maiores produtores de morangos do mundo lá temos, novamente, os EUA e a Turquia. Espanha logo a seguir. Portugal, tal como o reino Unido, nem aparece.
Como é que queremos ter produtos e serviços de fora, uma divida enorme para pagar, se nem no mais óbvio somos competitivos?
Agora pensem nisto quando forem,amanha, para a rua gritar "Gatunos!" a quem ainda tem pachorra para governar este rectângulo.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Primavera
Estava difícil mas a Primavera parece ter finalmente chegado. Ainda há uma semana tínhamos granizo e agora temos 19 graus! Com este calor (e sobretudo sol) todos se aventuram a sair para almoçar no parque, porque não sabemos bem quando vai ser a próxima vez. Nos últimos anos tem sido uma semana assim intercalada com várias sem ver o azul do céu e com uma chuva ocasional molha-parvos. Por isso antes que esta seja a última dos próximos meses, tudo para a rua!
Fui almoçar no Gray's Inn Gardens. O jardim é privado e pertence à sociedade de advogados e juízes da zona. E é um lugar onde podemos ver advogados, juízes, creativos (mais vindos da zona este) ou mesmo pedreiros...todos num mesmo local a apanhar sol.
Imaginado por Francis Bacon e frequentado pelo mesmo, mas também há quem diga que naqueles bancos também se sentaram Dickens (que vivia numas ruas ao lado) ou Shakespeare.
E tento-me lembrar de um local semelhante em Lisboa. Quando trabalhei na zona do Marquês. E não me lembro de alguma vez ter visto alguém a almoçar uma sandwich deitado na relva do Parque Eduardo VII...
Fui almoçar no Gray's Inn Gardens. O jardim é privado e pertence à sociedade de advogados e juízes da zona. E é um lugar onde podemos ver advogados, juízes, creativos (mais vindos da zona este) ou mesmo pedreiros...todos num mesmo local a apanhar sol.
Imaginado por Francis Bacon e frequentado pelo mesmo, mas também há quem diga que naqueles bancos também se sentaram Dickens (que vivia numas ruas ao lado) ou Shakespeare.
E tento-me lembrar de um local semelhante em Lisboa. Quando trabalhei na zona do Marquês. E não me lembro de alguma vez ter visto alguém a almoçar uma sandwich deitado na relva do Parque Eduardo VII...
terça-feira, 21 de maio de 2013
Harry Beck - a new design for an old map
Harry beck era um freelancer para o London Underground nos anos 20. Em 1932 ele estava desempregado e aí lembrou-se de uma forma diferente de representar o mapa do metro. Muitos designers de hoje falam deste mapa como um referência do design mas foi de facto um engenheiro que o fez.
Com base na sua experiência de desenho de circuitos electrónicos ele deu ênfase às ligações e simplificou tudo o resto. Alterou as distâncias reais das estações, manteve as linhas horizontais, diagonais e verticais e arredondou tudo para ângulos de 45 ou 90 graus. Voluntariamente, sem qualquer convite, enviou o mapa para o metro. Foi rejeitado. Ele tornou a envia-lo.
"a new design for an old map...we welcome your comments please write to pub manager." foi o que constava no verso do folheto criado. Que demonstra que não estavam convencidos que alguém ia usar o mapa. Foi impresso e distribuido em 3 ou 4 estações. No dia seguinte ele perguntou como estava a correr. Eles responderam "going? they went in a hour! The public loved it!".
Apesar de ter continuado um freelancer. Continuou o seu grande projecto fazendo todas as pequenas alterações necessárias com o evoluir da linha. Mas nos anos 50 começaram a existir discordâncias entre os managers e as suas decisões geográficas. Nomeadamente a decisão de separar as wimbledons (na metrepolitan line) de south wimbledon (na northen line).
Em 1960 Harry Beck entrou na sua estação de West Finchley e deparou-se com algo estranho. O seu mapa estava agora assinado por outra pessoa. Nos últimos 14 anos da sua vida Harry continuou a enviar várias versões actualizadas e melhoradas do seu mapa original. Todas foram recusadas.
Só em 1997, postumamente, Harry Beck foi reconhecido como o criador do mapa original do metro de Londres. Mapa que serviu de inspiração para outros tantos em todo o mundo.
O nome Harry Beck assina hoje todos os mapas em todas as 270 estações do metro de Londres. Na de West Finchley, no mesmo local onde viu o seu nome desaparecer do seu projecto de vida, centenas de cidadãos do mundo cruzam-se todos os dias com uma placa em sua memória.
(esta e outras histórias do metro de londres neste doc da bbc)
terça-feira, 14 de maio de 2013
Chelsea 2-1 Benfica (Champions League, Leg 2 - 04/04/2012) @ Stamford Bridge
{Depois de curar a azia de Sábado passado é tempo de olhar em frente para a final da liga europa contra o Chelsea. E recordo quando fui ver o Glorioso atrás das linhas do "inimigo" em Stamford Bridge.}
Depois de torcer para que o Chelsea passasse aos 4º de final. E rezar para que se cruzasse com o Benfica. Não acreditei na minha sorte quando o meu colega de trabalho (do Chelsea) me disse que ia jogar contra o Glorioso. Comecei logo a fazer os possíveis para comprar um bilhete para Stamford Bridge.
Um camarada londrino e Benfiquista telefonou para o Restaurante Benfica em Kensal Green (que eu acho que já se chamou Sport London e Benfica há 3 anos) onde lhe disseram que já desde 2010 que o Benfica deixou de demonstrar interesse por eles como Casa do Benfica em Londres. E portanto deixou de haver qualquer forma de um Benfiquista comprar um bilhete em Londres.
Temos sempre a opção chico-espertista. Conheço outro tuga e Benfiquista que tinha o contacto de um "chico-esperto" que conseguiria bilhetes para o jogo por uns 85£. Este mesmo senhor é aquele que também arranja instalações Zon e semelhantes. Sempre a preços inflacionados. É incrível como, no que toca a arranjar qualquer coisa tuga aqui em Londres, acaba sempre por envolver estes "chico-espertos" que têm sempre de levar uma comissão ou suborno e que gerem uma espécie de cartel do produto que vendem. Apesar de estar numa cidade de 8 milhões de habitantes, no que toca a produtos tugas continuo a viver numa aldeia do interior.
O "chico" vendia por 85£ mas como a procura era tanta estaríamos até à hora do jogo para saber se realmente tínhamos bilhete. Então virei-me para o plano B(...ou será C?).
Perguntei ao meu colega V (um indiano com um valente sotaque americano e sócio do Chelsea) se seria possível arranjar-me bilhetes. Na altura que perguntei os bilhetes eram vendidos no site do Chelsea às mijinhas. Um por cada sócio nas bancadas mais foleiras. Depois fiquei a saber que conseguia por 85£ mas não na bancada familiar (de adeptos...em famíla). Seria então na boca do leão que ia ver o jogo. Não querendo esperar pela resposta do "chico" optei por esta e numa tremenda caga os bilhetes mais baratos ficaram disponíveis. E eu ia ver o Benfica na liga dos Campeões pela primeira vez.
Entrei num pub tipicamente inglês para encontrar uma casa cheia de adeptos de azul e branco. E, talvez por ser essa a cor, senti um nervoso miudinho de ser descoberto. O V disse para não me preocupar e tinha razão. Depois telefona-me o M a dizer que o segurança do pub não o deixava entrar. Questionei-me se não era ilegal alguém recusar alguém entrada num pub apenas por esse vestir um clube diferente. Mas engoli o orgulho saí porta fora cumprimentei o meu colega efusivamente enquanto o segurança perguntava "But...do you support chelsea??" ao que respondi mostrando a tshirt que trazia por baixo. Sim, eu sei que é triste, mas como não sabia onde me ia meter (ver o jogo em lugares que só são vendidos a sócios do Chelsea) levei a tshirt do chelsea vestida e o cachecol do Benfica no bolso do casaco. Para o caso de haver alguma confusão podia ajudar a acalmar alguns ânimos. E, neste caso, fez com que o M pudesse entrar no pub.
O caminho para o estádio foi algo memorável. A quantidade de adeptos que subitamente invadiu as ruas e que ia ordeiramente para o estádio Foi uma lição de civismo que não esperava encontrar nos dias de hoje no mundo do futebol.
Nos lugares onde me sentei tinha uma bandeira do chelsea. Todos os lugares do estádio tinham uma bandeira e...talvez por ser tuga, pensei: "Mas porque é que não roubam as bandeiras das cadeiras ao redor? Sempre dava para fazer uns guitos.". A verdade é que ninguém o fez. E, mesmo no final, quando quiseram levar uma sobresselente, perguntaram aos que estavam à volta "is that yours?".
Os cânticos "Blue is the colour"..."C'mon Chelsea!" "Coz we are the famous CFC"... constantes e afinados que me fazia acreditar que, depois de vir a Samford Bridge, não há como não adorar este clube. No entanto o estádio pareceu-me tão pequeno e velho. Apenas 42mil!
No início do jogo tentei disfarçar o meu apoio de cada vez que o ataque do benfica acontecia. Mas rapidamente deixei de conseguir. E não passou muito tempo até uns colegas do lado começarem a reparar. Pudera...os únicos 3 naquela bancada que ficaram sentados no golo do Chelsea...mas que se levantaram efusivamente no do Javi.
Eu cheguei mesmo a gritar GOOOLLLOOOO...seguido de "oh...that's a shame..." enquanto o M me puxava para baixo dizendo "cala-te" entre dentes.
A arrancada e golo do meireiles foi algo de inacreditável (grande golo, para ser honesto)...um bico que parecia que ia para a bancada e cai ali mesmo ao ângulo Algo, para me fazer lembrar que apesar de estar em Londres...este tripeiro ainda joga de azul...e ele fez questão de festejar efusivamente. Algo me dizia que era mais do que um golo para os blues.
Uma grande experiência. E a certeza de que amanhã teremos um grande jogo.
Depois de torcer para que o Chelsea passasse aos 4º de final. E rezar para que se cruzasse com o Benfica. Não acreditei na minha sorte quando o meu colega de trabalho (do Chelsea) me disse que ia jogar contra o Glorioso. Comecei logo a fazer os possíveis para comprar um bilhete para Stamford Bridge.
Um camarada londrino e Benfiquista telefonou para o Restaurante Benfica em Kensal Green (que eu acho que já se chamou Sport London e Benfica há 3 anos) onde lhe disseram que já desde 2010 que o Benfica deixou de demonstrar interesse por eles como Casa do Benfica em Londres. E portanto deixou de haver qualquer forma de um Benfiquista comprar um bilhete em Londres.
Temos sempre a opção chico-espertista. Conheço outro tuga e Benfiquista que tinha o contacto de um "chico-esperto" que conseguiria bilhetes para o jogo por uns 85£. Este mesmo senhor é aquele que também arranja instalações Zon e semelhantes. Sempre a preços inflacionados. É incrível como, no que toca a arranjar qualquer coisa tuga aqui em Londres, acaba sempre por envolver estes "chico-espertos" que têm sempre de levar uma comissão ou suborno e que gerem uma espécie de cartel do produto que vendem. Apesar de estar numa cidade de 8 milhões de habitantes, no que toca a produtos tugas continuo a viver numa aldeia do interior.
O "chico" vendia por 85£ mas como a procura era tanta estaríamos até à hora do jogo para saber se realmente tínhamos bilhete. Então virei-me para o plano B(...ou será C?).
Perguntei ao meu colega V (um indiano com um valente sotaque americano e sócio do Chelsea) se seria possível arranjar-me bilhetes. Na altura que perguntei os bilhetes eram vendidos no site do Chelsea às mijinhas. Um por cada sócio nas bancadas mais foleiras. Depois fiquei a saber que conseguia por 85£ mas não na bancada familiar (de adeptos...em famíla). Seria então na boca do leão que ia ver o jogo. Não querendo esperar pela resposta do "chico" optei por esta e numa tremenda caga os bilhetes mais baratos ficaram disponíveis. E eu ia ver o Benfica na liga dos Campeões pela primeira vez.
Antes do jogo perguntei ao colega V se era normal haver espancamentos ou confusão antes dos derbys. Ele disse-me que tal não acontecia em Stamford Bridge e mais tarde tive a confirmação.
Estava no metro na Piccadilly Line e comecei a ouvir muitos cânticos de claque. Conforme me fui aproximando da estação de fulham Broadway comecei a ouvir cada vez mais Português e a ver cada vez mais vermelho. E até o meu colega ficou um pouco nervoso ao ver uma macha de vermelho aos gritos a entrar na carruagem em frente.
Ao chegar a estação era como estar na de colégio militar. "Glorioso SLB" era o que mais se ouvia. E fiquei bastante surpreendido ao ver tão poucos agentes da polícia à saída do metro. Pelo caminho ainda reconheci alguns adeptos NoName a armar alguma confusão nas esplanadas circundantes. E eu a encher-me de vergonha. Os adeptos de casa chegavam civilizadamente enquanto que a "minoria" de fora atirava garrafas para o chão e gritava a quem passava.Entrei num pub tipicamente inglês para encontrar uma casa cheia de adeptos de azul e branco. E, talvez por ser essa a cor, senti um nervoso miudinho de ser descoberto. O V disse para não me preocupar e tinha razão. Depois telefona-me o M a dizer que o segurança do pub não o deixava entrar. Questionei-me se não era ilegal alguém recusar alguém entrada num pub apenas por esse vestir um clube diferente. Mas engoli o orgulho saí porta fora cumprimentei o meu colega efusivamente enquanto o segurança perguntava "But...do you support chelsea??" ao que respondi mostrando a tshirt que trazia por baixo. Sim, eu sei que é triste, mas como não sabia onde me ia meter (ver o jogo em lugares que só são vendidos a sócios do Chelsea) levei a tshirt do chelsea vestida e o cachecol do Benfica no bolso do casaco. Para o caso de haver alguma confusão podia ajudar a acalmar alguns ânimos. E, neste caso, fez com que o M pudesse entrar no pub.
O caminho para o estádio foi algo memorável. A quantidade de adeptos que subitamente invadiu as ruas e que ia ordeiramente para o estádio Foi uma lição de civismo que não esperava encontrar nos dias de hoje no mundo do futebol.
Nos lugares onde me sentei tinha uma bandeira do chelsea. Todos os lugares do estádio tinham uma bandeira e...talvez por ser tuga, pensei: "Mas porque é que não roubam as bandeiras das cadeiras ao redor? Sempre dava para fazer uns guitos.". A verdade é que ninguém o fez. E, mesmo no final, quando quiseram levar uma sobresselente, perguntaram aos que estavam à volta "is that yours?".
Os cânticos "Blue is the colour"..."C'mon Chelsea!" "Coz we are the famous CFC"... constantes e afinados que me fazia acreditar que, depois de vir a Samford Bridge, não há como não adorar este clube. No entanto o estádio pareceu-me tão pequeno e velho. Apenas 42mil!
No início do jogo tentei disfarçar o meu apoio de cada vez que o ataque do benfica acontecia. Mas rapidamente deixei de conseguir. E não passou muito tempo até uns colegas do lado começarem a reparar. Pudera...os únicos 3 naquela bancada que ficaram sentados no golo do Chelsea...mas que se levantaram efusivamente no do Javi.
Eu cheguei mesmo a gritar GOOOLLLOOOO...seguido de "oh...that's a shame..." enquanto o M me puxava para baixo dizendo "cala-te" entre dentes.
A arrancada e golo do meireiles foi algo de inacreditável (grande golo, para ser honesto)...um bico que parecia que ia para a bancada e cai ali mesmo ao ângulo Algo, para me fazer lembrar que apesar de estar em Londres...este tripeiro ainda joga de azul...e ele fez questão de festejar efusivamente. Algo me dizia que era mais do que um golo para os blues.
Uma grande experiência. E a certeza de que amanhã teremos um grande jogo.
Entretanto descobri que eles já têm um cantico da final...espero que não saibam a letra amanha.
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Parabéns The Smiths
Os Smiths estão de Parabéns. Faz hoje 30 anos, ainda eu não tinha começado a andar, que foi lançado o primeiro single Hand in Glove pelas mãos da editora independente Rough Trade (quem passear por Portobelo Rd, vale a pena visitar esta editora histórica). A mesma editora que hoje nos traz nomes como os Strokes, Antony and the Johnsons, Duffy ou mais recentemente os XX.
Jugo que a primeira vez que ouvi os Smiths foi na discoteca Big P, na Sertã. Não deixa de ser curioso que, vindo da capital, foi no interior que ouvi música diferente daquela pasmaceira da segunda metade dos anos 90. Pré-adolescente, entrava escondido e justamente quando o DJ começava a meter aquelas músicas das 4 da manhã, para começar a mandar a malta embora, era quando eu mais gostava. E era visível que ele esperava aquela altura para colocar a música que Ele queria ouvir. E assim ficavam os mais cotas, eu e aqueles que davam os últimos cartuchos para não irem para casa sozinhos enquanto tocava Pixies, Eagles, Men at Work ou Smiths.
Mas só já na faculdade é que aprendi finalmente o nome desta banda. Nas noites loucas de Club Kitten no Lux (com o DJ João Vieira (também X-Wife), também ele um Londrino) ouvia pela primeira vez ginger ale, jeans team, Siouxsie And The Banshees, Zombie Nation, Peaches, Joy Division e The Smiths. Foi lá que ouvi que se um autocarro nos matar... ao teu lado será a melhor forma de morrer. Foi lá que tive uma paixão platónica pelo cabelo cor-de-rosa e que vi a princesa She-Ra de espada na mão.
E talvez se não se tivessem vendido à EMI a banda não teria durado apenas 5 anos. E esta nostalgia fosse perdida para sempre.
Mas enquanto me lembrar..."There Is a Light That Never Goes Out"!
Outro documentário interessante.
Descobri esta discussão no parlamento Inglês com referências à banda. Reparem na eloquência de Kerry Mccarthy e na rapidez de raciocínio do David Cameron.
Agora comparem com o que vêm no Largo do Rato. Podia também comparar a dimensão da sala, os bancos em que se sentam, secretárias e (ausência) de computadores...mas isso fica para outro post.
Jugo que a primeira vez que ouvi os Smiths foi na discoteca Big P, na Sertã. Não deixa de ser curioso que, vindo da capital, foi no interior que ouvi música diferente daquela pasmaceira da segunda metade dos anos 90. Pré-adolescente, entrava escondido e justamente quando o DJ começava a meter aquelas músicas das 4 da manhã, para começar a mandar a malta embora, era quando eu mais gostava. E era visível que ele esperava aquela altura para colocar a música que Ele queria ouvir. E assim ficavam os mais cotas, eu e aqueles que davam os últimos cartuchos para não irem para casa sozinhos enquanto tocava Pixies, Eagles, Men at Work ou Smiths.
Mas só já na faculdade é que aprendi finalmente o nome desta banda. Nas noites loucas de Club Kitten no Lux (com o DJ João Vieira (também X-Wife), também ele um Londrino) ouvia pela primeira vez ginger ale, jeans team, Siouxsie And The Banshees, Zombie Nation, Peaches, Joy Division e The Smiths. Foi lá que ouvi que se um autocarro nos matar... ao teu lado será a melhor forma de morrer. Foi lá que tive uma paixão platónica pelo cabelo cor-de-rosa e que vi a princesa She-Ra de espada na mão.
E talvez se não se tivessem vendido à EMI a banda não teria durado apenas 5 anos. E esta nostalgia fosse perdida para sempre.
Mas enquanto me lembrar..."There Is a Light That Never Goes Out"!
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Descobri esta discussão no parlamento Inglês com referências à banda. Reparem na eloquência de Kerry Mccarthy e na rapidez de raciocínio do David Cameron.
Agora comparem com o que vêm no Largo do Rato. Podia também comparar a dimensão da sala, os bancos em que se sentam, secretárias e (ausência) de computadores...mas isso fica para outro post.
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