Vou até Old St, como combinado, pagar um sinal do depósito (100£) do soon to be novo flat. Peço um documento assinado pelo house mate que recebe o sinal para documentar isso mesmo. Ele entrega-me uma cópia do último contracto para eu ter uma ideia de como será o meu.
Vou até um pub em Temple onde M. está a beber uns copos com colegas de trabalho. O Walkabout é um bom spot de origem Australiana. Existem vários em Londres. Bem, so cheguei mesmo a ir a outro em Wimbledon, por isso não sei bem se existem muitos mais (agora que consultei, há 11 só em Londres).
Entro e vejo um salão grande cheio de LCDs a cada metro e um enorme projector. Está a dar um jogo do ManU e CRonaldo acaba de ganhar um livre. Continuo ao longo da sala á procura de M..
M. apresenta-me os seus colegas e amigos que se vão apresentando dizendo o nome que nunca chego a ouvir devido ao ruído das conversas circundantes. É engraçado como os Ingleses são tão silenciosos nos transportes públicos e tão incrívelmente faladores de noite. É como se enchessem o dia todo e descarregassem no pub tudo o que não disseram durante o dia mas para que todos do pub os oiçam!
Vou para cumprimentar a única rapariga do grupo... com um par de beijos claro. Por ter estado estas 2 semanas com família, Italianos e Sul-Africanos fez-me esquecer esta coisa estranha de cumprimentar uma mulher com um solido aperto de mão. Então lá estou eu a esgueirar-me para lhe dar uma beijoca e metenojo da camone a desviar-se esticando a mão contra o meu peito dizendo "thats fine.". Estico-lhe a mão prontamente e envergonhado. E aproveito para a apertar como deve de ser. Se ainda fosse uma mulher bonita. Agora este trambolho velho! Deve ser lésbica, pensei eu.
Minutos depois chega S. amiga de infância de M. que se apróxima para me comprimentar. Dá-me um beijo na face e afasta-se. E eu que me preparava para dar o segundo fico embaraçado de novo e afasto-me. Ela aproxima-se. Eu aproximo-me de novo. Enfim, uma confusão enorme!
Foi bonito o contraste do início da noite da enjoadinha enquanto cumprimentava todos com um aperto de mão, com 2h depois. Quando beijava um como se fosse Francesa enquanto outro lhe apalpava o glúteo como quem lê braille.
Aproveito para ir uns minutos para a rua e á porta um desconhecido pede-me lume. Pergunta-me como está o ambiente lá dentro. Começamos a falar, digo-lhe que sou de Portugal e ele mostra-me o boné que tem preso á cintura. Um boné da selecção das quinas. Diz que adora a equipa. Que torce por ela e que teve pena de perderem o Euro 2004.
Ele e o amigo são Hungaros que vivem e trabalham em Londres á 2 anos. Falamos de goulash e da falsa simpatia dos britãnicos. É muito difícil chegar perto, diz ele. Não como na Hungria. Então porque vieste, pergunto eu. Pelo dinheiro, responde. Sempre pelo dinheiro.
Depois do jogo nos ecrãs, actua uma banda ao vivo. Parece que todos os fins-de-semana é sempre uma banda diferente. Tocou uma nova versão (acústica?) de "Valerie" de Amy Winehouse que tem passado muito nas rádios e quase todo o tipo de covers. Boa música.
Saímos do pub e caminhamos até Trafalgar Square para apanhar o bus. Pelo caminho encontramos um loja de uma cadeia de fast food que está aberta 24h por dia. Está lotada e torna-se moroso fazer o pedido e difícil arranjar uma mesa. Na mesa á minha frente estão 3 sem-abrigo. Um dormita outro termina a sua bebida e outro observa as pessoas que vão entrando. Adolescentes rebeldes com plumas na cabeça e um futuro brilhante pela frente.
Aqui todos comemos merda. Aqui somos iguais.

1 comentário :
A cena dos comprimentos!! Aqui tambem e' com um bacalhau, mas quando ja conheces a rapariga pode ser com 3 beijos. Conclusao: tambem da sempre merda comigo:) ou fica-se ao meio de um beijo ou nao sei se fico pelos dois ou pelos tres ou aparece tambem uma mao pelo meio :D
Enviar um comentário