Acabei também por convidar um colega Brasileiro que em tempos me tinha dito que adorava fado.
Apesar de não estar cheio, o espaço mágico que é a Union Chapel estava bem composto de sotaques. Francês, Inglês e obviamente Português também na sua variante do Brasil.
Foi um concerto diferente daquele que vi no Jazz Café o ano passado. Talvez por estarmos numa igreja, ou simplesmente por haver mais não falantes, não se ouviu muito o público a cantar. O que nem é mau (afinal de contas estou ali para ouvir a voz da Ana Bacalhau. Se fosse para ouvir o público não pagava bilhete). Mas ficou a faltar mais momentos de comunhão com o público e apenas e só por culpa deste.
O som estava limpo. As silabas estavam lá por inteiro. E isso mostra que a Ana sabe pronunciar as palavras e que o técnico de som não estava a dormir.
Mais do que talento, os Deolinda, mostraram trabalho. E isso é raro nos dias que correm. Conheciam o público e o espaço onde iam tocar e adaptaram-se. Um exemplo disso é o grande momento em que Ana sobe ao púlpito para nos pregar
"e se, por acaso,
alguém te prender,
não cantes mais o fadinho,
não me queiras ver sofrer."
O público paga duas ovações de pé e os Deolinda respondem com música. Se todos os negócios fossem assim tão simples.
Ao sair vejo caído um flyer a anunciar o novo álbum de Teresa Salgueiro. Um sinal de outros tempos. De que não estamos assim tão longe dos Madredeus e que temos aqui, nos Deolinda, os novos representantes internacionais da boa música cantada em Português. Long live the amazing Deolinda.
4 comentários :
foi preciso eu vir pra Portugal
Também só soube já era tarde demais. Que pena não ter podido ver os Deolinda a Londres :-(((((
Não se preocupem que eles tornam a vir.
soube atempadamente atraves do blog...mas infelizmente nao me foi possivel estar presente!
..talvez numa proxima..
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