Hoje celebra-se os 200 anos do aniversário de Charles Dickens. Escritor que nasceu em 1812 em Portsmouth e que hoje é celebrado um pouco por todo o mundo de língua Inglesa. Considerado por muitos como o segundo escritor Inglês mais importante de sempre (logo atrás de Shakespeare) teve uma infância pobre. Com apenas 12 anos viu-se forçado a trabalhar (a colocar etiquetas em embalagens de graxa) depois de o seu pai (e família) ser preso por dívidas. Isso marcou-o para sempre assim como a sua obra.
Mais tarde trabalharia como secretário em Gray's In. Curiosamente a zona aproximada onde trabalho. É um local onde se encontram vários escritórios de advogados e é também ao lado de Bank onde se encontra a Square Mile (o centro financeiro de Londres a par com Canary Wharf) que tem, obviamente, malta da banca. E é neste local, de betinhos de fatinho com risco ao lado, que eu normalmente passo. No edifício onde trabalho os pisos inferiores são também de advogados. E tenho um certo orgulho de entrar no elevador de jeans, tshirt com mensagem ofensiva e barba por fazer. Cada vez são mais as empresas de IT ou online Media que se instalam nesta zona. E ainda bem. Ajudam a tirar o cheiro a laca.
Há cerca de um ano fui passear durante a hora de almoço nas redondezas e encontrei isto:
Esta foi a morada de Charles Dickens por apenas dois anos e a única que ainda está de pé (em Bloomsbury). Não obstante foi aqui que ele escreveu as obras The Pickwick Papers, Oliver Twist e Nicholas Nickleby. O musical Oliver! esteve em cena em Londres durante 3 anos tendo no cast o Sir Rowan Atkinson (AKA Mr Bean [ou Edmund Blackadder para os com melhores gostos]) como Fagin no ano em que eu cheguei a londres. Como os bilhetes era caríssimos (o mais barato na ordem dos 50£ que me lembre) fui deixando para o futuro até que ele decidiu fazer outro Johnny English ou assim... e assim se perde a oportunidade de uma vida.
Da Albânia ao Zimbábue, passando obviamente por Londres, celebra-se o seu nascimento com uma maratona de 24h de leitura. Algo que Dickens ia odiar. Enquanto vivo disse que não queria estátuas, cerimónias ou qualquer tipo de reconhecimento público.
Os seus restos mortains emcontram-se no Poets' Corner da Westminster Abbey também contra a sua vontade. Ele queria repousar na Rochester Cathedral em Kent.
Ainda bem que nos dias de hoje respeitamos melhor os vivos do que os mortos.
[Off topic]
Curioso como este senhor que se viu forçado a trabalhar aos 12 anos conseguiu tornar-se num dos melhores escritores de sempre. O que me leva a pensar nas famílias que recebem milhares de euros de subsídios e que mesmo assim não chega para pagarem as contas (da TVCabo, telemovel, PS3...) e cujos (muitos) rebentos pouco ou nada contribuem para a sociedade (muito pelo contrário). Será que ainda vou conseguir ver algum cientista, empreendedor, escritor sair destes bairros (des)favorecidos no meu tempo de vida? Será que dar dinheiro não é como regar fogo com gasolina? Fica para outro post.
2 comentários :
excelente post! Gostei imenso :)
Quando ao offtopic parece bom tema, isso faz-me sempre lembrar a velha maxima do: "Nao me des o peixe, ensina-me a pescar" :)
A adversidade tambem faz crescer
ola, mt obr.
Acho que é ainda mais grave que isso. Porque ensinar "a pescar" ensinamos. Com o ensino publico e grátis até ao 12 ano. O problema é que já nem querem aprender e parece que são vão aprender se passarem fome.
Também acredito que pouco menos de metade destes necessitem genuinamente de ajuda. E, para esses, devemos dar o que retiramos a estes.
Mas isto é sempre complicado avaliar quem está a ser genuino. Mas podiamos começar por inventar o imposto do chico espertismo.
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