Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Buenos Aires Interview

Uma semana depois de ter dado (novamente) ok ao processo de Buenos Aires ao responsavel pelo processo de recrutamente, tive uma entrevista telefónica.
Escolhi bem a data, era feriado e assim podia estar em casa descansado.

Esperei ansioso pela hora. Li tudo sobre a empresa no dia anterior e guardei toda
a informação que achei necessária. Faltava 1h para a entrevista e estava a reler
o documento quando recebo um telefonema do responsável pelo processo de recrutamento.
Muito simpático, como sempre, começou por falar no Cristiano Ronaldo e depois deu-me
umas dicas sobre como seria a entrevista. Até me aconcelhou a falar em futebol já que
é um desporto tao aclamado na Argentina.

Notou-se que não eram uma empresa britânica. Telefonaram-me com um atrazo de 15m justificando-se que estariam com problemas no telefone de conferência.
Eram 2 pessoas, homem e mulher. Fizeram-me as perguntas que já estava á espera. O que lhe faz mudar? O que lhe agrada em Buenos Aires? Tem alguma experiência Internacional (profissional ou não)?
E algumas que não esperava. Tem alguma experiência em alguma metodologia de trabalho (Scrum, ISO)?

Não brilhei, mas sabia que tinha respondido de forma aceitável á maioria das perguntas.
No final da entrevista (que durou apenas 20m) perguntaram-me quando podia ter uma segunda entrevista, desta vez técnica. Ficou combinado para o dia seguinte em que por acaso eu estava de férias.

Tive de instalar um Software de conferência (acesso remoto de desktop e tal) chamado webex e no dia seguinte lá estava eu de novo ansioso que o telefone tocasse.
Notou-se que do outro lado estavam pelo menos 3 pessoas. Embora apenas uma fizesse as perguntas.
Novamente um sotaque esquizito de quem não consegue pronunciar os érres ou éles.
Agora que estou a tentar recordar não me lembro bem, mas começou com uma pergunta parecida com um projecto que envolvesse muita gente e como é que eu lidei com isso.
Algo me está a soar falso nesta memória mas sei que fiquei muito tempo calado a pensar na pergunta, sem responder. Ele tentou ajudar-me afirmando que tinha 1 ano de experiência profissional, ou se tinha tido algum projecto assim na faculdade.
Lembrei-me de um em que estive envolvido no início do ano e assim que falei um pouco dele ele continuou com as perguntas. Depois pediu para eu aceitar o convite de partilha de desktop, e que teria de exemplificar o que tinha descrito antes de forma gráfica.
Se fosse uma videochamada todos veriam que fiquei branco. Não me recordava ao certo o que tinha falado antes. O exemplo que tinha dado era parte real, parte ao encontro da pergunta que me estavam a fazer. Até porque naquela altura eu nem me lembrava bem do projecto que tinha feito. Lembrar-me do meu próprio nome já foi uma sorte.

Longe vão os tempos em que usava o word para desenhar o que quer que fosse. Habituei-me ao Visio e outras ferramentas e então fiquei algum tempo á procura das setas e caixas de texto. Conforme fui desenhando fui-me lembrando como era a arquitectura do projecto e caixas de texto com significados vagos eram apagadas e davam lugar a novos conjuntos de caixas e setas.
Foram-me pedindo para ir descrevendo o que estava a desenhar e acho que nessa altura tudo se estava a safar. Pior veio depois.
Logo quando já estava a gostar da fazer aquilo disseram que bastava e que queriam que eu desenhasse um solução para um problema delas. Trocamos a partilha de desktop e do outro lado mundo desenharam-me o que pretendiam. Depois passaram a bola pra mim.
Comecei por dizer muitas coisas desbaratados e continuei assim até ao final.
Desenhei um esquema UML da hiearquia de classes que seriam necessárias (acho que até
foi um bom começo). Ao tentar demonstrar que sabia a diferença entre uma interface e uma classe insisti em manter interfaces quando do outro lado diziam claramente que não era necessário. Depois cheguei a um beco sem saída em que não conseguia andar mais e não sabia onde me tinha perdido. Quanto mais pensava em como estava a demorar muito tempo para um problema simples mais me enterrava na solução que estava a criar.
Até que me deram uma ajuda. Perguntaram-me se conhecia Padrões de Desenho e se podia usar algum ali. A pergunta era retórica mas não estava a ver nenhum padrão ali. Mesmo
assim perguntaram quais os padrões que conhecia. Disse 2 ou 3 correctos e outro que nem existia.
Até que foram dando ajudas até eu chegar á palava mágica "factory". Era o padrão correcto. "Há! Agora estamos a chegar algures, e sabes utilizá-lo?" Não sabia.
Os padrões de desenho fazem parte daquilo que todos os programadores deviam de saber na ponta da língua, e isto é-nos dito na faculdade. Mas no mundo cá fora, quase ninguém sabe do que se trata.

Terminei a entrevista com a certeza que tudo teria ficado por ali. Mas que ao menos tinha aprendido algo.
Factory.Factory.Factory.Factory.

Saí de casa fui ao Lagoas parque. Esplanada, imperial e público. Quando regressava a casa o recrutador de Londres telefonou pra saber como tinha corrido. Disse-me para não me preocupar com o assunto e que disfrutasse do fim-de-semana que se aproximava.
Estava triste e desiludido. Sabia que podia ter estado melhor muito melhor se apenas tivesse revisto em tempos os padrões de desenho. Mais um motivo para mudar de emprego. Estava a desvalorizar.
Achei entusiasmante como numa hora estava a falar com Londres e minutos depois com Buenos Aires. Como o nosso modo de vida esquece distâncias e fusos horários. Como era tudo isto que queria.

No dia seguinte, resolvi o problema com o afamado factory.

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