Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

sábado, 31 de janeiro de 2009

Counch Surfing part 2


30/01/2009


Telefonei para M. que vive em Londres á 5 anos. M. é de Africa do Sul e trabalhou vários anos em cruzeiros para reunir dinheiro para a mudança.
Contei-lhe que afinal já não tinha casa definida e que por isso ia ficar num B&B em Notting Hill. Depois de saber isto ela insistiu para eu ficar na casa dela por uns dias até arranjar casa. E eu, claro, aceitei.
Tornei a colocar toda a minha tralha dentro da mala, que para ser verdadeiro, nunca chegou a sair e parti para Carlshalton (que fica a sul zona 6). Objectivo: chegar a Waterloo onde me encontraria com M..
A viagem de Bus até Angel foi pacífica. O desafio viria a seguir.

Tento entrar no metro atolado de gente. Impossível. Ainda mais com duas mochilas, uma mala e 2 sacos de apêndice. Espero uns minutos e tento entrar no segundo. Novamente sem sucesso. Começo a suar. Nunca mais vou conseguir apanhar isto. Cada vez que as portas se abrem ninguém sai e nada consegue caber naqueles minusculos espaços. Muito menos as minhas malas. Nunca em Lisboa vi o metro tão atolado de gente. Hora de ponta em Londres mete respeito. E provoca nervos. Ao terceiro forço a minha entrada e consigo. Nem tenho onde me apoiar. Todos estamos tão enlatados que nem ha espaço para cair.

O problema surge quando chegamos á paragem seguinte. E eu so quero sair na outra, em Euston. Tenho as malas no caminho para não falar na mochila nas costas e á frente que me torna numa pessoa larga. As pessoas não conseguem sair mas forçam. Faço força para não ser levado pela corrente. Agoento-me até a próxima estação onde saio e suspiro. O pior já passou... pensei eu.
Vou em direcção para a saída para encontrar o caminho para os outros destinos da Northern Line.
Dou de caras com um lance de escadas. Como é que vou conseguir subir isto?! Pensei que Londres fosse diferente de Lisboa. Que tivesse acessos. Como é que alguém de cadeira de rodas sobe isto? Ainda é pior que Lisboa, ao menos lá temos elevadores!
Uma rapariga bastante jovem lê o meu desespero e pergunta se quero ajuda. Demoro tempo a responder, mas que posso fazer? Aceito. Ela carrega-me os sacos até ao topo das escadas e eu a mala de 20Kgm. Chego ao topo e aproveito para perguntar como vou para Waterloo. As placas em volta só dão indicações para a Northern line sentido norte. Mas eu preciso de ir para o sul!
Ela diz-me que só pode ser pelo caminho por onde vim. Novamente a minha cara de desespero. Tornar a descer as escadas. Ela disponibiliza-se a levar-me os sacos novamente escadas abaixo. Pelo caminho pergunta-me de onde venho. "Oh Lisboa!" - exclama ela. Nunca esteve lá. "You must!" - respondo eu.

Chegamos novamente ao fim da escadaria e desfaço-me em agradecimentos e preparo-me para segurar os sacos de novo. Ela diz que me vai indicar o caminho para a linha correcta e insiste que não tem problemas em levar os sacos até lá. Fico boquiaberto com tanta sorte.
Percorro a linha de onde tinha regressado no sentido contrario e pouco depois vejo as placas para o sentido que procuro. Chegamos a um lance de escadas rolantes e ela devolve-me os sacos. Agradeço-lhe e vejo-a seguir no sentido contrário. Nem sequer era o caminho que procurava! Não conseguia acreditar em tamanha simpatia.

Ainda a recuperar da minha sorte tento ajeitar os sacos em cima da mala. Vejo que um dele está com uma pega destruída e que com ela forma-se um enorme rasgão. Este era o saco com o aspecto mais sólido que tinha. Como é que vou carregar com isto tudo agora sem pega!?
Depois de subir as escadas rolantes tenho de descer... uma escandaria interminável.
Coloco o saco com apenas uma pega em cima da mala e tento descer degrau a degrau. Não tinha passado meia dúzia quando a pega rasga-se e o saco cai escadas abaixo...
Pronunciei palavras muito Portuguesas como F##%SE e CAR#$@O!
E ali estava eu no lance de escadas do lado direito do corrimão. A única alma daquele lado das escadas. Enquanto uma manada de formigas passava ao meu lado (ordenadinhos e compactados no lado esquerdo do corrimão) ignorando o meu Português. E é aí que aparece uma senhora nos seus 40s, nitidamente de origem Indiana, dizendo "do you need help?!" A minha cara dizia tudo. Pergunto-lhe se ela tem algum saco. Compactamos o sobretudo para um saco minúsculo. Ajuda-me a apanhar os outros artigos do chão e coloca-os todos no saco que estava bom, apesar de já apresentar um rasgo de lado. Agradeço-lhe e preparo-me para carregar o saco novamente. Ela diz que é melhor ajudar-me até ao final da escadaria para aquele saco não ficar ainda mais danificado. Sorrio e continuo escadas abaixo. O braço cada vêz mais durido e inchado.

Chegamos ao fundo e pergunto-lhe para onde fica Waterloo. Curiosamente é nesse sentido que a senhora tem de ir. Por isso insiste em levar-me o saco ate ao metro. Durante a viagem pergunta-me de onde venho. "Ah! Martim Moniz". Fiz um esforço para não me sair uma gargalhada. Claro, qualquer Indiano que conheça Lisboa, conhece o Mortim Moniz.
Conto-lhe um pouco da minha história. Que apostei alto para seguir este sonho. Que não desisti dos planos de um ano apenas por causa da crise. Digo-lhe também que não é assim tao descabido. Que sou de IT e que esse sector não foi muito afectado. Ela pergunta-me: "what language?". Fiquei surpreendido com a pergunta. Não é qualquer pessoa na rua que faz essa pergunta. E ainda menos a que compreende a resposta. Fico a perceber tudo minutos depois. Ela é professora Universitária de IT. "Se calhar é por isso que te ajudei, sem o saber." - comenta ela. Na estação seguinte ela sai desejando-me sorte na minha vida em Londres, não dando tempo para eu pedir o contacto. Seria bom demais conseguir uma cunha com uma coincidência destas.

Chego ao local combinado em Waterloo 30m atrasado. Cumprimento M. Peço desculpa pelo atraso e começo por dizer: "Nem sabes pelo que passei para chegar até aqui..."

Depois de um jantar de amigos em casa de M. regado por vinho Sul Africano descanso no meu novo sofá com o braço durido. Dá início á segunda parte do meu couch surfing.

(Aproveito para comentar que o vinho não tinha rolha de cortiça. Algo que nunca tinha visto antes e que faz com que isto faça todo o sentido. Save Miguel!

Stratford's Flat

De city Airport torno a Stratford via DLR. O DLR é uma espécie de metro de superfície sem condutor. O "pica" é quem acciona o mecanismo a cada paragem, tudo o resto é feito de forma automática...e llleeennntttaaa.
Chego a Stratford e pergunto a um ciclista sénior onde fica a praça que procuro. A meio caminho torno a perguntar a uma senhora que após apontar-me uma direcção e depois de já ter atravessado para o outro lado da estrada grita: "sorry if I'm not right!". Nunca vi ninguém tao receptivo em ajudar a dar indicações como um Londrino. Bem, na realidade o termo não diz tudo apesar de ser correcto. Os Britãnicos não têm qualquer simpatia. Os Londrinos é diferente. Não são britãnicos. São "cidadãos do mundo". Verdadeiramente de todos os cantos do mundo.

Depois de mais uns largos minutos á procura da praça, telefonam-me. Encontramo-nos na estação de comboio mais próxima. É um asiático, bastante simpático. Apresenta-me a moradia onde já vivem duas pessoas. Uma americana, uma do país de gales e um Inglês. Na altura a americana está a fazer jantar e o Inglês a entupir-se com tv.
A casa tem um aspecto estranho. Com algumas paredes com paredes com pinceladas reforçadas apenas em alguns sitios. A cosinha é pequenas mas aceitavel. A sala de estar muito pequena. O quarto é espaçoso como nas fotos. Cama de casal. O quarto também pode servir para casais com um acerto na renda e isso interessa-me. 120£ pro semana com despesas incluídas. 480£ mês. Nada mau. Mas... comigo viveriam 4 pessoas com apenas uma wc. Com a minha namorada seriam 5! O landlord dá-me uma cópia do contracto. Leio-a atentamente e reparo num ponto:
caso se convide alguém para domir terei de declarar isso e taxar 8£ noite. Isto é de loucos.

Regresso á estação com a orientação do landlord. Sempre com passo muito rápido, passando por sinais vermelhos (de peões, claro). E mesmo assim demorá-mos 16 minutos até perto da estação. Para chegar efectivamente á estação ainda teria de passar uma série de semáforos. O que tanto pode demorar 2 como uns 5 minutos. Por isso facilmente posso apontar para uma distância de 20 minutos da estação de Statford que está ligada ao tube via central line. E isto porque fomos por dentro de uma espécie de centro comercial. No caso de ser um hora diferente e aquilo estiver fechado, será ainda mais tempo.

A decisão fica tomada. Old st here I come.

City Airport's Flat

De Cricklewood sigo para City Airport. Mesmo na outra ponta da cidade, ou seja,
At Juda's Ass.
O overground demora séculos a chegar a Stratford onde apanho o DLR até City Airport.
Durante a viagem vejo os arranha céus do centro económico. Todos com as luzes de todos os pisos acesas. Um desperdício de energia, provavelmente. Uma bela fotografia que se perde, certamente.

Quando saio da estação parece que estou abandonado no meio de armazéns! Nada se passa aqui. Depois começo a ver aqui e ali algumas habitações. Foi um quebra cabeças para chegar a urbanização que estava ali mesmo ao lado, devido uma cerca de arame que a contornava.
Depois de andar perdido durante largos minutos a procura da rua certa lá consigo chegar ao destino. Aí telefono para o landlord que nunca em algum momento me deu a morada. Queria que eu chegasse a rua e só depois dava o número da porta. Também perguntou a minha nacionalidade...será para evitar africanos? Muito provavelmente se ele não fosse com a minha cara eu ficaria horas a espera que ele atendesse a chamada.
Mesmo assim andei as voltas mesmo depois de saber o número da porta. A zona pode ser descrita como dois prédios muito altos cheios de janelas e tijoleira e rodeados de pequenas moradias. Uma palavra surge na minha cabeça: Council. Que é como quem diz: Bairro Social. Um dos edificios mais baixos diz: Comunity Center mas tive a confirmação quando olho para a porta de entrada de um desse enormes caixotes.



Tanto quanto sei pedras não fazem este tipo de estrago. E eu até tenho bastante esperiência no que toca a partir vidros com pedras. Estes furos são feitos com balas.

Oiço uma voz ao longe. Vem de uma das moradias envolventes. O landlord é asiático. Apresenta-me a casa. Quarto é como nas fotos. Muito bonito. Quarto duplo com algum espaço, cama enorme. 130£ por semana ou 560 por mês com despesas. Quarto com possibilidade de ser para casal, ficando a renda em 150£ por mês. Casa de banho privativa mas esterior ao quarto. Logo junto a porta de entrada e o cubículo mais pequeno que alguma vez vi. Acho que teria de defecar com uma perna de fora.
E para rematar, não tem aquecimento a gás. Tem uma espécia de lareira...que o landlord até duvidava que funcionasse! Dizendo imediatamente que colocaria aquecimento electrico caso não funcionasse. Que confiança que transmite.

A cosinha era simpática e a sala tinha um LCD e sofás de pele. Muita pinta mesmo. Para não falar do mini jardim com a relva impecável!
Para viver ao lado de dois caixotes que mais podiam vir da zona J, o landlord tem de cativar com alguma coisa.
Vivem 3 pessoas na casa. Comigo seriam 4...com a minha namorada 5! Apenas para uma cozinha. Para não falar de ser muita gente na mesma casa.
Quanto a contracto... No Contract. No entanto teria de estar 6 meses na casa. Caso saísse teria de pagar 1 semana de penalização. Transmite muita confiança mesmo!
Aperto-lhe a mão á saída pensado que se tiver que voltar a esta terra... só se for para apanhar um avião!

Cricklewood's Flat


27/01/2009
16h30

Apanhei o Overground para Bronsdelsbury. Fartei-me de andar e de perguntar nos quiosques e pessoas onde ficava Cricklewood. Chego Finalmente e pouco depois chega o landlord. Ele é muito parecido com o Sayid do Lost. Imagino-me preso a uma cadeira e Sahid a dizer-me "Só precisas de dizer sim, 140£ por semana, one week deposit" de lamina afiada no meu pescoço.
Ele mostra-me a casa que é enorme. E isto não é um bom sinal. É Sinal que tem demasiados quartos. Pergunto quantos vivem na moradia... 6! Comigo serão 7. Se escolher o large double room, com a minha namorada seremos 8! Já dá para fazer um jogo de bola! Tem dois Wcs pequenos uma cozinha com sala de estar mas... para 7! No frigorífico estão duas folhas de papel A4 com caligrafia propositada para não ser reconhecida a sua origem. As folhas pedem respeito pelos outros e que sejam limpos. O Sayid devia de ao menos ter entrado primeiro na casa para reparar nisto.

Digo-lhe que vou pensar mas não volto cá a pôr os pés. Ou numa tradução livre... I'll not put my feet here again!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Old St's Flat

26/01/2009

Chego a Old st via tube e tento encontrar a Pitfield rd. Após 10 minutos ás voltas decido perguntar mas ninguém parece conhecer.
Acabo por ir com sorte até perto e ao perguntar a outra pessoa confimo que estou no caminho certo. Chego á porta certa toco á campaínha mas ninguém abre. Telefono ao meu contacto que me informa que a porta está sempre aberta. Triste.

Entro em casa e recebe-me um rapaz com tez Indiana e uma rapariga branca. Transmitem-me imediatamente simpatia, boas vibrações. E na sala/cosinha apresentam-me o outro flat mate com aspecto Inglês que se encontra a fazer o jantar.

Vejo os quartos. Pergunto se posso ver todos, e permitem-me. As portas não estão trancadas e no interior têm moedas espalhadas pela mobília. Isto pode significar que têm confiança entre si. O "meu" quarto é muito pequeno, parece inspirado numa esquadra de polícia. Mas ao mesmo tempo tem um ar acolhedor. A sala/cosinha compesa pelo quarto. Grande, bons sofás. Collecção de DVDs!

Falo sobre mim e pergunto um pouco sobre a vida deles. Ela é Israelita, ele Austríaco e o Indiano é efectivamente Inglês. Ela reconheceu-me imediatamente como Português, pelo sotaque. Conhece também um Português que foi colega do curso de Visual Effects assim como todos eles. Mais do que simples flat mates, são amigos. E isso nota-se. Oferecem-me algo para beber, recuso e saio depois com um sorriso estampado nos lábios. Achei a minha casa!
Trata-se de um contracto de 6 meses que segundo eles pode ser encurtado se eu me encarregar de encontra um substituto. "As long as the money comes in on time the landlord doesn't care." 506£ por mês sem despesas. Despesas essas que devem rondar as 70£.

No Bus para casa um tipo mal encarado passa pelas minhas costas em direcção á saída. Fica parado por segundos com uma mão no poste do meu lado esquerdo e outra no lado direito. O Bus está cheio. E mal ele larga a mão do poste eu afasto-me. Ele aproxima-se da porta e vomita.

A minha prima sublinha o meu azar.
Eu destaco que a minha sorte está a mudar.

Wimbledon's Flat

Saio de casa apressadamente e apanho o Bus 38 até Angel (que demorou uns 40minutos, merda de trânsito). Depois apanhei tube até Bank, troquei para a central Line até High St Kensignton e novamente a linha verde até Wimbledon. Pelo caminho o maquinista pede desculpa pelo atraso por ter de ceder passagem a outro metro. Não demorou 2 minutos! Se isto acontece para 2 minutos então o que é que farão para um de 30 a 40 minutos como acontece muitas vezes (todos os dias uteis pelas 19h) em Entrecampos? Encontro-me com um senhor nos seus 40s, Indiano, que me vai mostrar a casa juntamente com um casal francês. Andamos uns bons 20 minutos a subir. A zona é bonita, bons carros á porta mas esta é a casa mais feita da rua.

Não é possível mostrar-nos o interior da casa porque a senhora que tem a chave teve, segunto ele, de levar o filho ao hospital. E não existe outra chave. Conversamos no espaço que é a entrada da casa, onde é possivel ter mesas e cadeiras... churrasco. Mas neste momento é apenas um espaço fazio. Fico a saber que o meu quarto não tem aquecimento a gaz. Apenas electrico. Mas segundo o anfitrião é ainda melhor! Assim se o gás faltar sempre tenho aquecimento. O facto de ir viver com um casal... francês. Somado á falta de aquecimento colocou imediatamente a casa em check.

O preço acordado para o casal é de 650 mas será "special price for you". Fico a espera que o casal se despeça para ouvir o seu preço especial. Pergunta-me o preço que acho julto para um quarto que não conheço senão por fotos, que não tem aquecimento e que fica a 20 minutos da estação de Wimbledon! Isto fica a 2h de onde vim! Digo 500£ com despesas por mês. Ele diz 550£. Incrível!

No caminho de regresso apanho uma ensaboadela sobre a diferença no mundo. Que Deus faz as coisas para que uns sejam ricos e outros pobres (mas felizes com aquilo que têm!). Bullshit!
Também me confortou ao dizer que tinha uma secretária específica para laptops! Oh, então assim vou já a correr! Onde é que devem fazer estas secretárias mesmo? Só vindo directamente da tailandia ou assim.
O contracto seria de 6 meses mas especialmente para mim faz 3 meses. Deixo Wimbledon irritado mas a depositar as esperanças na próxima casa, em Old St.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

First Week

Faz hoje uma semana que cheguei cheio de falsas espectativas a Londres.

O quarto combinado não existe e a entrevista maravilha não correu como esperado. Todos os dias houve pontos altos e baixos. Nunca consegui ficar indiferente ao perder os Bus ver os flats... ao passar dos dias.
Passaram-se dois dias úteis com o novo número de telefone inglês mas mesmo assim não tenho entrevistas, quanto mais emprego.
Começa a tornar-se complicado manter a moral em alta e como consequência torno-me mole. Demasiado soft para uma cidade com o peso de 7 milhões de habitantes.

27/01/2009
13h52
Overground to Richmond.

London Lite


Alguns só querem um quartozinho. Outros não se contentam com "pouco".
Se a moda pega temos ocupas na quinta da marinha.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Leaving Party

24-01-2009



Chego o fim-de-semana e aproveito para distrair um pouco. Vou novamente a Notting Hill. Atravesso toda a Portobelo Road com todo o seu pequeno e variado comércio. Paro para ouvir o swing dos músicos de rua. Entro na Travel Bookshop (onde foi rodado o filme Notting Hill) e encontro um guia dos açores. Depois seguimos, eu e a prima, até ao fim onde está o café Porto e café Lisboa. Entro e peço:
- 2 bicas, bola de Berlim e pastel de nata se faz favor.

A grande maioria, se não todos, falam português neste café. É como estar em casa. Fico a pensar como seria interessante exportar a marca Nicola e Brasileira além fronteiras. Ao invés deste balcão de zinco e cadeiras de ferro. Mesas de madeira, espelhos e Fernandos Pessoa á porta, quer faça chuva ou sol, sempre a olhar pro infinito. Prá ocidental praia Lusitana. Ou então no sentido contrário...rumo ao desconhecido. Esta café Lisboa é como um bom presente embrulhado em lista das páginas amarelas. Tem todo o conteúdo. Bolos. Boa bica. Empregados simpáticos que falam a língua. Mas falta tudo o resto. O que os olhos comem. O que vemos em qualquer bar ou pub aqui em Londres.

Apanhamos um bus rumo a casa mas durante a viagem o motorista informa que aquela é a última paragem. Ninguém percebe o que se passa, e saímos. Estamos em Marble Arch e seguimos pelas Oxford St cheia de gente. Citando a prima "parece que acabou um concerto e todos decidiram sair ao mesmo tempo". Tiro a maquina fotográfica da mochila e faço alguns disparos. Só raros taxis passam na rua. Movo o meu esquerdo para o passeio não mais de 20cm. Sinto um toque na perna e vejo uma rapariga de etnia indiana a estantelar-se no chão. Não de boca, porque o casaco era tão almofadado que tal não era possível. Auriculares saltam dos ouvidos e apresso-me para ajudar a levantar-se:



- You FU@#ER!
- I'm sorry...
- You FU@#ER!
- I'm apologising!
- Well its not good ENOUGH! Yeah! Stay there. Hope a Cab runs over YOU !!

Faço um sorriso maldoso enquanto a vejo ir embora.
Puxo da maquina novamente mas não consigo disparar. Ainda tenho a adrenalina do acontecimento. A minha sorte está a mudar. Como diria T, um colega de faculdade, "Lamento imenso. Sabes o que te digo? Antes a ti... do que a mim!"

Preparo-me para tirar fotos ao amontodado de formigas no que, acredito, seja uma passadeira. De tantas pernas e sapatos que a acalcam. Uma adolescente atravessa-se á frente e fica a fazer poses. Por momentos fico a pensar que é uma amiga da lambe-asfalto, mas opto por tirar-lhe a foto para ela ficar contente e bazar do meu caminho.



Há saída da estação de Oxford Circus estão uns senhores vestidos de lençóis e pinturas na face a cantar letras incompreensiveis. Devem cantar a dor da indiferença do mundo aos seus ideais. Que tal cantarem em Inglês? Boa?!



Circulação interdita a Bus naquelas ruas. Vejo cartazes com a mensagem "Free Gaza". Tentamos apanhar o 38 ao pé do Central Point. Optamos por ir umas ruas abaixo para apanhar o bus antes e assim conseguirmos lugar sentado. Pelo caminho encontramos a loja Fopp. A loja "fopp" deu num flop (mas que piadola), e faliu. A HMV comprou-a e estão agora a vender o seu stock de dvds livros e cds. Fica antes de chegar a chinatown em Cambridge Circus, pros lados de Covent Garden se não me engano. Entrámos, perdi a cabeça e comprei:

- CD Vampire weekend : 5£
- CD Mystery Jets : 3£
- CD colectanea de punk rock : 3£
Total : 11£!
Incrível! É mesmo de perder a cabeça. E tem livros tão recentes como a edição renovada de Che que é o argumento do filme que está aí para estrear.

Chegamos a casa e mal temos tempo pra descançar. Logo depois é a Leaving party da prima. Jantarada no Rossopomodoro. Restaurante com pinta, pizzas excelentes, bom atendimento e oferta de duas bebidas tipicas italianas (só para convidados especiais, cof cof) em que uma delas é nada mais nada menos que... aguardente (ou bagaço, não sei).
No meio do ruído das conversas de sotaques Irlandeses, Italianos, Mexicanos, Indianos e Portugueses reparo na ironia. Esta Leaving Party é a minha primeira festa em solo britânico.
Que estou a começar pelo fim. O fim e o início são duas faces de uma mesma moeda.

Á pergunta do gerente.
- Is this party for you!?
A prima responde.
- No. Its for my friends...

Seguimos para uma discoteca em Notting Hill com um aspecto degradante. Paredes que há muito não veem tinta ou mesmo um esfregão. Tudo muito escuro. Mas isso pouco importa. Quem cá vem quer música e acima de tudo alcool. Tento pedir uma bebido e demoro eternidades. Pare o lux ás 3 ou 4 da manhã! Mas....é... meia noite. Alguns minutos depois vou pedir outra bebida e o empregado diz qualquer coisa que não sei quê. Aponta para não sei onde. E depois de estar um ou dois minutos ali espécado sem ninguém ao meu lado. Percebo que não devem de vender mais nenhuma bebida. Não eram mais que duas da manhã.

Saímos pouco depois e entramos num táxi. Não dos clássicos de Londres. Mas daqueles marados que telefonamos para um certo número e acordamos um preço visto nem taxímetro. O condutor é Keniano e pergunta-nos a nossa nacionalidade. Quando ouve Portugal exclama "EH! Ronaldo! Great! The best! The Winner!" (não é uma citação fidedigna mas vamos crer que se ele não o disse assim...quereria ter dito). Perguntamos o que faz aqui. Ele responde:

- "I used to run marathons... and Know I run Taxis."

Chego a casa. Corro o zip do saco cama e pouco depois o sofá abana durante breves segundos. Numa cadência constante.
Na primeira noite pensei em acordar as pessoas da casa por isso.

De cada vez que o comboio passa, o sofá abana.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

The (bloody) interview



Acordo pelas 8h. Quero chegar uma hora antes ao local da entrevista. Para ter tempo para focar no objectivo e por causa da lei de Murphy.




Compro bilhete de um dia de bus & tram- 3.80£. Não torno a olhar o papel onde a minha prima fez o mapa que me leva a estação de bus. Resultado. Apanho o bus no sentido contrário. Fantastic!
Troco passado um bom bocado e depois de 1h desde que saí de casa, la estou eu a passar o meu ponto de partida.
Está muito transito na zona de Angel (julgo) e o bus não anda. Começo a desesperar...

O condutor avisa que o bus está On diverson e que vai abrir as portas porque não parece que vá andar mt mais.

Saio aí porque reconheço um prédio alto que fica perto da oxford street. Pergunto se estou muito longe de soho. Corro. Pergunto de novo. Chego a rua certa porta certa. 11h05. Cinco minutos atrazado. Dahm! Nenhuma referência daquela empresa naquele prédio. F#%!#"%!

Toco para o andar de uma empresa que me soou familiar. Uma voz feminia diz-me que a empresa já não existe. Uma masculina diz pra eu subir e a porta abre-se.

Um rapaz não muito longe da minha idade estende-me a mão. - (diz o meu nome)? Yes!

Entramos numa pequena sala pilhada de gente. Não ha um único buraco neste escritório pra me enfiar. Pensei eu...e mal. Fomos para a sala da impressora e switch. Dois metros quadrados de área e duas cadeiras perdidas.

Pergunta-me se tinhamos entrevista marcada...acho que não disfarcei a minha reacção. Como é possível? passei as últimas 3 semanas a trocar mails com este senhor. A combinar dia hora local, tudo em mails diferentes, para o manter acordado. Visto estes senhores terem um historial para se esquecerem da entrevista marcada com mais de um mês de antecedência.

Começa por apresentar a "empresa". Que está nas instalações de outra empresa. Que não tem site. Que tem um projecto insteressante. Notei um sotaque intaliano com a palavra three.

Perguntei o que tinha acontecio á outra empresa. Fechou em Dezembro. Ele iniciou este projecto. São apenas 3, 4 pessoas na equipa. E estão á procura de 2 developers para...fazer tudo.

Depois mostrou-me a secretária onde ia fazer um exercicio de 1h. Era a secretária de alguém que até deixou as suas janelas abertas para depois continuar o seu trabalho.
[AVISO - Segue-se uma parte muito secante...]{
O exercício consistia em ir buscar dados a um ficheiro csv usando NHibernate (que desconheço) inseri-los numa tabela em SQL srv 2005 e depois invocar webmethods de um determinado serviço, enviando esses dados. Era simples, excepto a parte do NHibernate que desconheço. Mas acabei por ter problemas a invocar o serviço. Primeiro porque o projecto(do VS2005) ja vinha com uma referência para esse serviço. Mas estava de uma maneira estranha. Então acabei por referenciar da forma como conheço. Mesmo assim, ao invocar o serviço retornava-me um erro. Cansei-me e tinha o tempo apertado e então prossegui com o exercício. Entretanto, o dono do PC onde estava ia regressando e o entrevistador dizia-lhe para ir dar mais uma volta. No final tinha no max 10 linhas de código mas nada para mostrar de concreto por nunca conseguir invocar o serviço.
}
[Fim de parte muito secante...]

Senti-me ridículo ao explicar o que tinha feito. Depois perguntei quando teria a resposta. Cinco dias. Mas á porta desejou-me "good luck in your search in London".

Ao descer as escadas fui-me abaixo e pensei com que rapidez podia estar de novo em Lisboa. Entrei no primeiro Starbucks que vejo e recomponho-me com um capuccino.

Depois de almoço encontro-me com a minha prima em Piccadilly Circus. Fomos ao café/loja National Geographic. A empregada pergunta se queremos "cinnamon". - O quê? - pergunto eu há minha prima. O pedido fica feito e a empregada despede-se com um "Obrigado". Fico a pensar se teria mesmo ouvido aquela palavra. E olho espantado para a minha prima. - "Ouviste o mesmo que eu?!" - enquanto a empregado se dirige para o balcão de sorriso nos lábios.

Regresso para Dalston no 38 depois de acompanhar a prima nas compras nos Harrods. O autocarro é de lagarta. Está á pinha. Um gravação é repetida e repetida "seats are avaiable in the upper deck.". Aos poucos o 38 transborda sorrisos e gargalhadas que representam os quatros cantos do mundo.

Fazemos compras no supermercado local. Chegamos a casa e dou de caras com o flat mate. Cumprimento-o não só por cortesia. Mas também para transmitir simpatia. Para tentar colocar mais cedo em tema de conversa o facto de precisar de ficar no flat que a prima vai deixar livre no final do mês. Não foi preciso 5 minutos. Ele informa a minha prima que felizmente (para ele!) arranjou um amigo interessado em mudar-se. E que virá no final do mês. Foi uma forma (pouco) subtil de me o dizer. Pensar que o primeiro dia nesta cidade não podia correr pior... well think again.

Depois de jantar a prima convida-me para falar com um amigo via skype. Falamos sobre os meus motivos para esta aventura. E fica de olhos arregalados depois de saber que estou a procura de emprego. Mas de seguida suspira, porque a area de IT não está a sofrer o mesmo peso da crise. E que também conhece um amigo que trabalha na área e talvez me possa ajuda. E eu suspiro o dobro.
Diz-me também que pode ter um quarto livre pra mim. Na casa onde ele mesmo se encontra, em Notting Hill. Trata-se de um Bed and Breakfast mesmo muito em conta. 150£ por semana! Que vai meter uma cunha para a proprietária por mim.

Deito-me no sofá e corro o feixo do saco-cama. Olho para os reflexos de luz na janela e digo para comigo. Estou aqui. É real! Now what?!

Day One

As despedidas são sempre difíceis. Especialmente para quem fica. A imagem ficou-me gravada na memória. Pai, Mãe e namorada. Todos com uma coisa em comum... Lágrimas.

Nem dei pelo tempo de voo. Passei-o a ler um manual para me preparar para a entrevista do dia seguinte.

Depois de aterrar e buscar a bagagem, já passavam das 22h30. Perdi-me nos menus e submenus da máquina para comprar o bilhete de comboio até ao centro. Objectivo TowerBridge. Falhado. Porque só encontrei forma de comprar bilhete para Victoria. 16.9£ começa a contagem. Chego pacificamente a Victoria. Bem, exceptuando ter entrado em 1ª classe...ser descoberto e delicadamente enviado para a turística.
Chego a Victoria e vou para o tube. Tento comprar bilhete para uma viagem zona 1-2... mas só encontro bilhetes de um dia! Teve de ser. Cerca de 5£. Durante a viagem um grupo de amigos de cabeça rapada fazem vários comentários jocosos entre si. Um brinca com o que estava em pé para fazer de macaco ja que tinha as mãos numa barra. Decide então saltar... batendo com a cabeça no tecto que estava a 2 cm. A estupidez também anda de metro.


Chego a Highbury & Islington, que ainda agora não consigo pronunciar, e perco-me há procura do comboio que me leve a Dalston kingsland. Pergunto a um casal muito simpático que é interrompido por um outro senhor que informa que a estação está fechada... não percebo porquê. O bus torna-se a única opção. Como é que vou apanhar um bus, se não sei reconhecer qual a minha paragem!
Opto por telefonar á minha prima para saber qual o bus a apanhar. Ligo o ecrã do telemovel, e recebo um sms. "O seu saldo é inferior a 3€". Fantástico. Consigo telefonar-lhe e ela gentilmente salva-me. Apanhamos um dos últimos night bus e chegamos safe and sound a casa.
Não tenho sono e ficamos a pôr a conversa em dia até as 3 da manha. Peço-lhe indicações para chegar ao local da entrevista... 8h depois.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

AFONSO TIAGO - VERMISST! MISSING! since 10/01/2009


Missing! Have you seen him?He was seen for the last time in Berlin (point A in the map) and he was going home (point B in the map) at 4a.m. 10/01/2009Contact us, please!


Desaparecido! Foi visto pela última vez em Berlim (ponto A do mapa) às 04h00 de dia 10/01/2009. Dirigia-se para casa (ponto B do mapa)Se tem alguma informação, por favor contacte-nos!


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Jet Lag

Já ha muito que perdi a conta das ofertas de emprego a que respondi. Dos vários sites das várias agências de recrutamento...

Para além de um telefonema para uma possível entrevista... não tenho recebido qualquer resposta. Reparo que os anúncios repetem-se. Muitos os do dia 6 tornaram a aparecer no dia 12. Que é que isto significa? Que não arranjaram os CVs correctos?

Sempre fiz por responder apenas a anúncios que me dizem respeito. Apesar de notar por vezes na dispariade de salários. Chego a responder a alguns que oferecem 40K 50K por ano, mas que exigem 2 anos de experiência ou que não fazem referências quanto a sénior. Hoje mudei de estratégia e com 2 novos sites que me retornam dezenas de propostas, acabo por escolher apenas os da minha gama. Entre 25K e 30K por ano.

Desde o dia seguinte a apresentar a carta de despedimento até hoje que tenho apenas uma entrevista marcada. A mesma que cancelou há um ano, a um dia antes de partir. Não confio que a minha reserva se mantenha até ao dia D.

Agora estou nervoso quanto á entrevista. Sei que será tecnica. Sensivelmente 1h. Apesar de ter 2 anos de experiência deixei de ter alguns conhecimentos com a frescura de antes. Também não sei a que ponto 2 anos correspondem mesmo a 2...se forem espremidos. Muitas tarefas foram repetitivas e pouco estimulantes tecnicamente. Tentei manter-me a par das coisas lendo blogs vendo apresentações e criando as minhas mini aplicações. Mas nada disto tem valor académico.

Com tudo isto na cabeça acabo por ter insónias e trocar os fusos horários. Fico com jet-lag apesar de não mudar de latitude. E de nada me serve se me rejo por Greenwich.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

The 20th

"Bush's Last Day" e "Obama Inauguration Countdown" não têm qualquer significado... que não seja o dia em que piso solo Londrino.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Advices

Ao longo destes meses tenho reunido informação sobre o que fazer no dia da chegada.

Consultei alguns sites como workgateways e requesitei a ajuda da tugaemlondres, que tem sido impecável na pronta resposta de todos os emails. Ultimamente tenho utilizado os recentes contactos que me foram amavelmente fornecidos por (ex) colegas de trabalho.

Um desses contactos vive e trabalha na Holanda. Mesmo assim mostrou-se muito útil! A informação segue abaixo:


- after arrival, start making all the bureaucratic arrangements asap, e.g.
arrange National Insurance number, sign up with dentist, doctor etc etc.

-embrace the culture, don't stay within your own group of nationals, otherwise
you will never start to feel at home there !!!

- British (work) culture is very much about (binge) drinking, be prepared to withstand a lot of social pressure if you don't want to end up with an addiction..

- British (London) work culture often involves long working hours and a long commute, and the culture may be more different than you expect, with e.g. strong British diplomacy and indirectness ;-)

- enjoy your stay, expand your horizons, see as much of the
country as possible, travel lots, it's great !

- you will learn lots (e.g. perfect command of the English language, other ways of working etc etc), your stay will be of great benefit to your future !!!

Vai ver os jogos do Chelsea ou MU.





Agradecimentos sinceros a todos aqueles que me ajudaram a seguir em frente.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Are techies an endangered species?!

Acabo de receber um mail de um (agora ex) colega que me deixou optimista.

Best of 2008: Are techies an endangered species?

by Cree McCree

WHAT’S HAPPENING

As if the U.S. economy didn’t have enough problems, now it’s facing a techie bust. Enrollment in undergraduate IT degree programs was more than 50% lower in 2008 than in 2003, according to the Computing Research Association’s annual survey (Time 6.23.08).
During the same five-year period, demand for IT workers surged in businesses across the board, from high-tech multinationals to local hospitals and insurance agencies.
With Boomer IT workers retiring and fewer students opting for computer-science degrees, experts are concerned there won’t be enough tech workers to fill the 1.6 billion openings expected by 2016.


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