Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ana Moura @ Barbican



Onde:Barbican Hall
Quando:31 Outubro 19h30
Quanto:15£-22£

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

War Horse @ New London Theatre



Esta semana fui ver a peça War Horse. Já desde Janeiro que via este cartaz na rua, escadas rolantes ou túneis do metro e chamou-me muito a atenção. Como será retratar um "teatro de guerra" num teatro? Quanto fui ver os preços assustei-me (acho que no mínimo 45£) e desisti da ideia (mesmo assim o primeiro mês estava praticamente esgotado).

Da última vez que fui ao Guanabara (um club brasileiro) lembrei-me disto novamente porque o espaço é paredes meias com o teatro. Fui depois consultar o site para ver os preços e lugares disponíveis e comprei logo naquela de me obrigar a ir.

Adorei a peça e acho mesmo que foi a melhor peça que já vi até hoje (...não é que tenha visto muitas).
Tem tudo aquilo que acho que o teatro deve de ter...imaginação e actores. Há muitas peças que podem até ser muito boas mas têm muita "tecnologia" envolvida e acaba por tudo já ser um pouco pré-fabricado. Outras acabam mesmo por nem ter actores. O Flashdance, por exemplo, foi um grande musica do west end mas tinha todos os cenários pré-fabricados e era uma questão de subir e descer cenários (mesmo tendo em conta que foram bem desenhados e pensados).

Nesta peça o cenário são as pessoas. Claro que descem e sobem portas e janelas mas ha sempre pessoas que pegam e os colocam nos sítios num bailado sincronizado. Os vários cavalos são comandados por 3 pessoas cada um. E fazem-no de tal forma que em poucos minutos eu esqueci-me que estavam ali pessoas e só via um cavalo bem treinado. Até os sons dos cavalos (e dos vários animais que entretanto aparecem) são feitos pelos actores em vez de usar uma gravação. A música é também tocada por músicos que fazem parte da própria peça.

Outra coisa que gosto muito no teatro é o palco giratório. Adoro ver a originalidade do encenador para usar aquilo numa peça. Vi isto pela primeira vez no nosso Dona Maria Segunda numa peça dos artistas unidos. E o encenador, também aqui, o soube usar.
Vê-se uma enorme diferença entre Teatro Português e Inglês nesta peça. E começa logo pela plateia. Se não estava esgotado pouco não faltava e isso reflecte-se obviamente nas receitas que por sua vez dão espaço para orçamentos dignos de uma peça profissional.

É quase incrível como uma peça de umas 2h30 não cansa por ter sempre novos momentos de originalidade. A forma como montam e desmontam os vários cenários. Como aproveitam o palco inteiro e até a planeia para representar. Como conseguem trazer o ambiente das trincheiras de primeira guerra mundial para aquele espaço.

Estou aqui a controlar-me para não contar nenhum pormenor da peça porque foi a surpresa que me fez gostar mais dela. A história em sim é bastante básica e logo a partida já sabia o que ia acontecer. Mas o que importa é a forma como se narra esta história. Deixo aqui um teaser da peça. E também o aviso para quem está já interessado em ir. Para não o ver pois estraga alguma surpresa.



Ao procurar um video sobre esta peça tropecei no trailer do próximo filme de Steven Spielberg...War Horse. Não sei se vai funcionar tão bem como no palco mas, como disse antes, a história é simples. O importante é como se a conta.



PS- Se comprarem os bilhetes no dress circle não comprem os da primeira fila pois ficam com o corrimão a tapar metade do palco.

domingo, 11 de setembro de 2011

Onde estavas tu no 11 de Setembro?

by Nicholas Vinacco

É uma pergunta mítica de Baptista Bastos repetida inúmeras vezes - Onde estavas tu no 25 de Abril?

Para a minha geração o 11 de Setembro de 2001 ficará marcado na memória da mesma forma que o 25 de Abril de 74 ficou para a geração dos meus pais.

Onde estavas tu no 11 de Setembro?
Tinha um exame nesse dia e estava a almoçar em casa enquanto via o jornal da tarde na rtp. O pivô preparava-se para terminar o jornal quando lhe alertam pelo auricular que algo se passava. Ele noticia que um avião tinha embatido contra uma das torres gémeas em NY e que mais informações iam ser dadas nos próximos espaços noticiosos.
Desligo a televisão e apanho o comboio para a faculdade. Apesar de ter achado aquilo preocupante coloquei-o na parte de traz da minha cabeça e foquei-me no que importava na altura, o exame.

Fiquei umas horas na biblioteca e só depois fui para o departamento. A entrada estava cheia de gente e talvez só por isso parei para olhar o que estavam todos a ver. Vejo no pequeno televisor do segurança a primeira torre a cair. Senti a adrenalina do sentimento de medo e confusão. Seria aquilo mesmo em Nova Iorque? Será que um acidente poderia causar aquilo? Não era suposto uma torre daquelas ser impossível de colapsar?
Encontro-me com um colega meu que me conta que era um ataque terrorista e o que era o World Trade Center porque para mim, na altura, aquilo era um arranha céus como outro qualquer.
Só cheguei a casa perto da meia noite e liguei logo a televisão para ver o jornal da noite. Só aí me apercebi da dimensão (ou não) do que tinha acontecido e parte de mim não acreditava que aquilo tivesse acontecido.

10 anos passaram e ainda estamos a sentir as réplicas desse dia. As televisões de todo o mundo não se cansam de repetir as mesmas informações e as mesmas entrevistas com os sobreviventes.

Tal como há 10 anos, hoje comprei o jornal com o objectivo de o guardar. E estranhei que a única referência (para alem de uma crónica) foi uma página. Nenhuma referência sequer na manchete. Estou a imaginar os jornais portugueses com as suas versões alargadas com várias entrevistas e outras histórias para encher chouriços.



Em Londres houve uma cerimónia em frente à embaixada americana (e outra na catedral de St Paul's) com os familiares de vítimas britânicas e com a presença do príncipe Carlos. Um jornalista da BBC estava em directo a entrevistar um deles. E a certa altura pergunta sobre a importância especial desta data por ser o 10º aniversario. Ao que o familiar responde: "Não há nada de especial com este dia por fazer 10 anos. Não é mais especial do que o dia de ontem. Sinto a falta do meu pai todos os dias e hoje não é diferente".

Enquanto escrevia este post vi o comentário de um americano que construía a calçada em torno do Ground Zero: "Vou-lhe contar uma boa história, quer ouvir? É a história de um rapaz que estava aqui há 10 anos e que viu as torres caírem. Isso fez com que ele se alistasse para o Iraque e com que fosse para a guerra. Esse rapaz voltou e esta agora aqui como soldador. Voltou todo lixado das ideias e está ali em baixo a soldar. Fizemos a guerra e já o apanhá-mos! E eu pergunto agora: Já podemos parar?"

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Estudo de Tese de mestrado do ISCTE sobre o processo de expatriação

Veio a meu conhecimento esta tese de mestrado que visa estudar o que motiva alguém trabalhar lá fora.
Não precisa de ser Português mas precisa de estar no estrangeiro há pelo menos 6 meses. Acho que as respostas têm de ser submetidas até ao final desta semana.

Emigrantes Unite! Bora lá responder e ajudar este estudo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Generation E.pt

Estive a ouvir e a ler uma reportagem de Lucy Ash sobre a nova emigração Portuguesa, para a BBC. Acho que vale muito a pena principalmente quem está à procura de uma motivação extra para sair.

Na reportagem Ângela tem 29 anos (curiosamente a minha idade) terminou o curso à 6 anos mas nunca conseguiu exercer a actividade de professora por mais de 9 meses (contínuos). Apesar de ter concorrido a 362 escolas não conseguiu colocação (se estas a ler isto e tens o teu emprego graças a uma cunha, esta é a altura para te encheres de vergonha).
A certa altura fala em não equacionar ir para um país africano (e acho que também se referia ao Brasil) por não conseguir viver com a pobreza e pedintes lado a lado (espero não ter percebido mal e não estar a cometer uma injustiça).

Quero pegar no caso da Ângela e usa-lo como uma generalização dos "cérebros" que temos em Portugal.
Apesar do grande esforço de candidaturas nunca saiu do conforto dos amigos e família no Porto (teve oportunidades para ir para o Alentejo com um contracto de 1 mês (que reconheço ser ridículo) mas nunca saiu do conforto daquilo que conhecia para arriscar 1 mês que poderia abrir outras oportunidades (o mais certo seria não acontecer)). Em 6 anos nunca pensou que deveria adaptar-se ao mercado (saturado de professores (especialmente de línguas como é o caso)) e usar as suas próprias valências para encontrar um emprego que lhe dessa a estabilidade que precisa (e não estatuto ou dinheiro).

{Vou fazer um parêntesis para escrever sobre a minha experiência na empresa onde estou agora. Só mais de 6 meses depois de ter começado a trabalhar nesta empresa é que me apercebi que alguns Senior Developers com quem trabalhava (com mais ou menos frequência) não tinham qualquer formação em Informática ou Computer Science. Um que está um passo abaixo do Architect (o topo da carreira nesta área) é Licenciado em Física pela Universidade de Oxford. Outro com quem trabalhei mais de perto (e que me apercebi que tinha falhas graves em conceitos básicos) era Engenheiro Mecânico. E o mais curioso de todos estes casos era o que é Licenciado em Zoologia pela Universidade de Cambridge. Aproveitei um dia de copos para perguntar o porquê de ele mudar de área (ainda por cima depois de ter ouvido as histórias do quanto Cambridge é exigente). Ele disse-me que Zoologia era uma área que lhe interessava. Que não se arrepende da formação que teve mas que não se via a vida inteira a fazer aquilo e... os ordenados em Informática eram muito mais atrativos.

Apenas tenho 4 anos de experiência, trabalhei em 5 empresas diferentes e em 7 clientes (assim por alto). E nunca vi um licenciado em línguas, psicologia, sociologia, etc, que trabalhasse nesta área (mas conheci uma Arqueóloga Tester). Raramente conheci alguém que, estando formado, equacione ir para uma área diferente. E esta mania de chamar "cérebros" a quem apenas tem um curso (que nunca será um atestado de inteligência) aflige-me. Cérebros são quem procura a partícula de Higgs Boson ou descobre um vírus que ataca células cancerígenas. Não um tipo que passou 3,4,5 anos a ir para um campus.

Nos últimos 3 meses tive o caso mais impressionante. O meu novo colega de equipa passou por várias dificuldades na vida e isso fez com que tivesse de começar por baixo. Trabalhar no tesco (um supermercado) a carregar e encher prateleiras, depois como caixa. Até chegar a esta empresa como alguém que desenhava emails (com html e css) e destacou-se por começar a programar nas horas livres para construir ferramentas que o ajudasse no trabalho. Concorreu a um emprego como web developer internamente e agora tem o emprego que desejava há anos.
Quantos "cérebros" Portugueses estariam dispostos a trabalhar como caixas para ter a estabilidade (de pagar a sua própria renda) e usarem as suas horas livres para se valorizarem numa área que tivesse empregabilidade? Não estou a falar em caça cursos, apenas para carimbar no CV. Mas em pegar nos livros e queimar a pestana por si mesmos.

Este novo developer sabe bastante mais do que eu e até arrisco mesmo dizer que há mesmo muito pouco que lhe possa ensinar. Mas é alguém que na hora de almoço esta a construir um jogo em XNA apenas por curiosidade (e com isso paga também uma licença de 99$ assim só por desporto).}

Fecha parêntesis. Se depois de 6 anos de uma carreira fracassada não agarramos um contracto de um mês num sítio diferente como é que vamos arriscar num país estrangeiro sem proposta alguma (e com concorrência de todo o mundo)?

Se somos um país de "cérebros" porque é que encontramos tanta dificuldade em ter ideias próprias?

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