Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Happy 20th Birthday Friends

O meu primeiro contacto com a série Friends foi quando estreou na RTP1 em 1998. Lembro-me de na altura terem feito muita publicidade durante semanas sobre a série de grande sucesso americano. Mas também me lembro quando vi os primeiros minutos. Ou melhor. Quando ouvi os primeiros minutos. Era uma dobragem vergonhosa que mais parecia um anúncio de um produto espanhol. "Que merda é esta!?". E não consegui mais ver.

Foi só quando cheguei a Londres que fiquei realmente a conhecer a série...também era difícil não dar por ela. Porque estava constantemente a dar no Channel 4. Era uma rajada de episódios diária. Ao ponto de eu deixar a televisão ligada e aquilo tornar-se no som ambiente da casa. As gargalhadas pré-gravadas. As musicas da Phoebe. O "how are you doing?".

Tanto foi a lavagem cerebral que levei que, quando fui a Nova Iorque, perdi uma hora a procura da prédio dos Friends algures em Greenwich Village.

Friends não vendia só gargalhadas. Mas também a ideia romântica de flat share. Na vida real os teus flat mates...não são os teus amigos. Nem a tua sala tem espaço suficiente para ter uma mesa de matrecos.

Até que em fevereiro de 2010 a notícia caiu como uma "bomba". Após 15 anos a rodar séries como se fossem frangos o Channel4 ia deixar de transmitir o Friends. Hoje ainda é possivel ter o ocasional binge watching no canal E4 mas nada como antes.

Há duas semanas encontrei o sofá da café central Perk na estação de comboios de Marylebone numa promoção dos DVDs.

Faz hoje 20 anos que a série estreou na NBC.



Mais rápido que o tube

Quantas vezes desesperei quando o metro rasteja a cada estação e pensei "até eu corro mais rápido que isto!". Pois James Heptonstall também, e fez isso mesmo. Aceitou o desafio de ser mais rápido que o metro entre Mansion House e Cannon St bem no coração de Londres.



Sei que alguns vai perguntar "para que serve isto?". Ou focar no risco que ele representou para os outros com quem podia chocar na estação. Mas eu acho que ele certamente adicionou algo a quem estava no metro naquele dia (e que aplaudiu). Tornou o dia um pouco mais alegre.

James apanha a mesma linha que eu diariamente e tem uma recomendação:
" I usually get the Northern line to work in the morning - it is not an enjoyable experience so I sometimes run or cycle if I can."

Acho que é isto que distingue os Ingleses (e outra culturas) do resto do mundo. Onde uns veem um continente gelado, outros veem o polo norte. Onde uns veem uma montanha com 8Km de altitude, outros aceitam um desafio. Onde uns desesperam na Northern Line outros traçam um plano para serem mais rápidos que o metro. E porquê? Porque nunca foi feito.

"It always seems impossible until it's done."
- Nelson Mandela

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Former UK

Nos últimos meses o que mais se fala nos média britânicos é o referendo Escocês. E tem mostrado exemplos de muitos que seguiram os mesmo caminho, que estão no processo (Quebec) ou que sonham em conseguir (Catalunha). E tem sido interessante a comparação com a Checoslováquia. As diferenças entre o nível de vida de Praga e de Bratislava.

Visitei Bratislava no inicio deste ano e achei realmente semelhante a um lugar como Glasgow. Sujo, cheio de sem-abrigo, alcoólicos e prostitutas. Nesse sentido Glasgow já está a conseguir ter os "benefícios" de um estado pobre e independente. O problema é que se já estão assim hoje...não sei como será depois da separação.

Tem existido muitas discussões sobre o que acontece ao restante Reino Unido. Se fica com a mesma bandeira. Se fica com o mesmo nome. Mas o que mais gostei foi do raciocínio que o programa NewsNight da bbc2 fez na semana passada. Qualquer coisa como:

When Yugoslavia split, part of it became "Former Yugoslavia".
If Scotland leaves we will no longer be United Kingdom.
Thus becoming Former United Kingdom...or FUK.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Referendo Escocês

No próximo dia 18 (*alguns) escoceses vão decidir se entram em modo BraveHeart (ja agora um dos filmes que mais irrita um escocês). É um assunto muito sério que a SkyNews decidiu explicar desta forma em apenas 90 segundos.




*curiosamente apenas os que vivem na Escócia...

Enfermagem no Reino Unido

Recebi um comentário de um enfermeiro Anónimo que esta a planear vir para o UK com a sua mulher e filho. É um comentário bastante esclarecedor e que pode servir de ponto de discussão e refleccao para muitos. Também importa ter em conta que este caso é de um casal que tem experiência profissional de 8 anos.

... sei de colegas que saem de Portugal (com a tal ilusão da conversão em euros do salário - que muitas vezes exibem cheios de orgulho) e depois se desiludem por tomarem em consideração o custo de vida. De todo o modo, e também baseado nas experiências melhor sucedidas de alguns amigos, direi que o dinheiro é apenas uma das variáveis a considerar. Ou seja, a decisão não deverá ter só em conta o factor financeiro.

Alguns pontos a considerar:

- o horário de trabalho normal é 37,5h
- os turnos de 12h (solução ainda não adoptada por cá, pelo menos massivamente) permitem-te um equilíbrio com a vida pessoal muito melhor - trabalharás em média apenas 3 dias por semana. Um amigo relatava-me que neste mês terá 15 dias de folgas.
- o investimento na formação profissional não só é instigado, como te ajudam na sua prossecução (nomeadamente financiando os cursos e dispensando-te de horas de trabalho).
- Além de haver uma carreira organizada com progressões definidas, a formação de que falava em cima PODE ser frutuosa. Este é um ponto muito importante para mim - considerando que já estou a terminar o terceiro curso superior (lic. em enfermagem e pós-grad e mestrado em gestão em saúde).
- O trabalho dos enfermeiros, pelas experiências que me têm relatado, encontra-se muito melhor definido e, nesse sentido, protegido. Por cá, trabalhamos continuadamente em zonas cinzentas.
- Há benefícios associados ao facto de seres trabalhador do NHS e a reputação dos enfermeiros, pelas polls que tenho lido, encontra-se de boa saúde(ver, como exemplo, aqui: http://www.angusreidglobal.com/wp-content/uploads/2012/09/2012.10.02_Professions.pdf)

Finaceiramente:
No nosso caso (somos um casal + um jovenzinho), temos visto propostas que rondam no mínimo os 34K (já com 20% de suplemento pelo facto dos hospitais serem na inner London), ou seja 68K para os 2. Juntando uns rendimentos que temos cá e transportaríamos para aí, estaríamos a falar de valores perto dos 75K. Sei perfeitamente que o salário é banal considerando a média nacional e de Londres. De referir que as ofertas assumem o topo da band 5 (o início está destinado a enfermeiros com formação superior recém-formados, presumo) - ou seja, és posicionado de acordo com a tua experiência (ou deverias!). Outra vantagem é que ficas "à boca" da band 6 que é para onde os enfermeiros com formação clínica adicional (feita no UK) são colocados, mediante concurso ou procedimentos mais nebulosos. Não me parece lógico - a não ser em situações anormais no país de origem - um enfermeiro com alguma experiência (>5 anos) aceitar um ordenado de 21K ou até menos, sobretudo para lares, como tenho visto. Para isso, deixe-se estar quieto em Portugal.

Outra grande diferença encontra-se no pagamento das unsocial hours. Enquanto que cá em Portugal, o pagamento dos suplementos de trabalho nocturno, fins-de-semana e feriados é totalmente residual e insignificante, no NHS as gratificações continuam a ser minimamente justas. Ou seja, ainda temos que juntar ao salário os dividendos daqui obtidos.

Outra diferença é que vai continuando a existir necessidade de horas de enfermagem colmatadas através dos chamados bank shifts, que mais não são que turnos extraordinários pagos em double time, salvo erro.

Pelas muitas contas que tenho feito (tendo por base também os valores de amigos que residem em Putney e Brompton) e considerando que a grande fatia de despesa será o arrendamento de casa (considerando o miúdo numa escola pública - que gozam de uma boa reputação), no meu caso pessoal, juntando as vantagens não-directamente-financeiras ao salário, a solução emigrar não se assemelha uma parvoíce desesperada.
Ou seja, o que me move não é a necessidade asfixiante de emprego e/ou dinheiro. Nem tudo será um mar de rosas, mas a estagnação profissional em Portugal dá cabo de mim.


Mas quero sublinhar esta parte:
Não me parece lógico - a não ser em situações anormais no país de origem - um enfermeiro com alguma experiência (>5 anos) aceitar um ordenado de 21K ou até menos, sobretudo para lares, como tenho visto. Para isso, deixe-se estar quieto em Portugal.
Nem todos os contractos no UK são iguais. Não se deixem deslumbrar pelos casos de relativo sucesso...pensem no conjunto dos casos. Meçam o risco. Tenham um plano B (ou mesmo C) e não pensem apenas naquilo que podem ganhar mas aquilo que, garantidamente, vão perder.

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