Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

sábado, 7 de dezembro de 2013

Portuguese Conspiracy - PAUS + Filho da Mãe @ Dalston

Já estou há meses para falar dos Portuguese Conspiracy que vai ter de ficar para outra vez (e de como estão relacionados com as minhas positivas a Física no secundário...).
Podia falar também mais sobre Paus e sobre como me cruzei várias vezes com o Hélio no DEETC naqueles fins-de-semana de merda. E de pensar que com aquele corte de cabelo e aquele ar "demasiado" cool ele andava ali enganado...como mais tarde desabafou numa entrevista à radar.

Mas não vou.
Digo só que vale a pena. Que esta é a música portuguesa que vale a pena ouvir. E quando rodeado de bons petiscos e loiras que não morrem antes de nos chegar à mão, tanto melhor.

Paus+Filho da Mãe
Onde: The Rose Lipman Building, Dalston
Quando: Hoje (7 Novembro 2013) 11 Janeiro
Quanto:15£...é baratinho, logo, dá margem pra carregar na pinga!

Aqui fica um cheirinho deles em 2012 no optimus alive:

 

Esta Portuguese Conspiracy tem sido uma lufada de ar fresco (principalmente para quem se atreveu a ir ao "dia de Portugal"...). Depois de me terem trazido Dead Combo e agora Paus...só peço os Ornatos que eu faço-vos uma estátua!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Monty Python are no more


Fiquei eufórico quando li esta notícia. Mas depois fiquei deprimido por me lembrar o que acontece em situações destas. Todos os grandes comediantes deste mundo e do outro (a contar com os nossos Gato Fedorento) vão estar batidos no Playhouse Theatre em West End quando os Monty Python se juntarem pela primeira vez em 15 anos. E juntamente com eles todos os pseudo-intelectuais, empresários e respectivas meretrizes...e todos aqueles que, não tendo qualquer interesse, têm de la estar para dizer na próxima tertúlia, ou board meeting o espectacular que foi. Tendo como prova a palavra do ano.

Amanha vão fazer uma conferência de imprensa a anunciar o seu primeiro projecto juntos depois do filme "Meaning of life" em 1983.

O que é já por si um acontecimento visto Cleese ter afirmado há 10 anos que juntar a maioria deles numa sala era impossível. Quanto mais fazerem um espectáculo juntos.

Resta agora saber se, agora com mais de 70 anos, os Monty Python o vão fazer por saudade...ou pelo dinheiro.

Mas nem todos vão poder estar presentes. Graham Chapman (o messias) deixou de nos fazer rir em 1989 vítima de cancro. Não sei se ele concordaria com este regresso. Mas sendo este o princípio do fim dos Monty Python não podia deixar de me lembrar do serviço fúnebre de Chapman. What a way to go.

domingo, 10 de novembro de 2013

Lidar com a adversidade the british way - Uk Storm

Se estiveram atentos as noticias foi difícil não ouvir falar da tempestade que ia atingir o reino unido. Os meteorologistas veteranos falavam de uma forma quase erótica da tempestade e de como era extraordinário os modelos computacionais de hoje conseguirem prever algo tão aleatório com tanta precisão. Ao ponto de, 4 dias antes, conseguirem avisar todos e executarem os planos de alerta.

E acho que, também, é numa situação destas que se vê como Portugal está a anos luz de Inglaterra. Não se facilitou. Fecharam grande parte das linhas de comboio do sul (para desespero dos passageiros) e aconselharam as pessoas a só sairem se fosse mesmo necessário e a levarem sempre consigo um telemóvel com bateria cheia. Coisas simples de senso comum. Mas que acho que preveniram o que podia ser muito mais do que as quatro fatalidades diretamente relacionadas que tiveram . Muitas empresas já têm planos e processos para situações destas (ou, por exemplo, para uma greve geral) e muitos trabalhadores da city têm possibilidade de trabalhar remotamente a partir de casa.

Quando soube do tamanho da fila que a estação de metro de balham tinha...não arrisquei e fiquei a trabalhar a manhã em casa. Tendo em mente que ao entrar na estação temos 2 lances de escadas seguidos de escadas rolantes e só depois a plataforma...é de loucos pensar que vale a pena ficar numa fila de uns 50 metros fora da estação (nas duas entradas)...
Aqui acho que se vê também alguma determinação dos Ingleses (ou, neste caso Londrinos) em chegar ao trabalho apesar da adversidade. Em Portugal tenho a sensação que a menor greve é desculpa para se chegar 3h atrasado ao trabalho...porque não sair 2h mais cedo?
(Reparem na fila. Não são 5 filas amontoadas. É mesmo uma fila indiana!)

E enquanto tinha a tv ligada para me por a par de como as coisas decorriam vi este maravilhoso momento.

Um grupo de voluntários (ou não), que costumam estar na entrada das estações a pedir donativos, vestidos de tigre a rir para a camara. Eles também se viram negros para chegar ao destino e mesmo assim de bom humor!

E esta história fez-me lembrar a forma como vi as cheias em 2012...ou até o Blitz.
As cheias de 2012 abriram telejornais em Portugal. Biliões de libras por água abaixo. Quintas destruídas. Gado afogado. Vidas perdidas. E lembro-me de ver camponeses a serem entrevistados pelos jornalistas sem choramingar. Sem berros do "perdi tudo!". E sem nunca...NUNCA ouvir "o estado tem de fazer alguma coisa por nós.". Não sei se o governo apoiou esta gente. Mas lembro-me de as seguradoras (estes camponeses asseguram os seus negócios, já viram!?...a loucura) tentarem fugir com o rabo à seringa dizendo que não cobriam "actos de Deus".

Se os Portugueses se gostam de gabar de terem inventado o "Desenrascanço". O Inglês definiu Resiliência. E não o foi só hoje. Lembro-me de ter visto um cartoon dos tempos da segunda guerra mundial onde se retratava londres a arder e bombas a cair... e dois idosos de chapéu a beber chá e a comentar "parece que vem praí um tempo terrível no fim-de-semana". Claro que é uma caricatura mas descreve perfeitamente o Londrino na finest hour. O inferno por todo o lado e eles a comentar coisas mundanas porque a vida continua.
E isso ainda hoje se vê quer nas cheias de 2012 quer na tempestade deste ano. Cinquentões a mergulhar no mar revolto. Jovens a fazer canoagem na sua high street. Velhos a beber chá na rua de galochas.
Exemplos para o mundo.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Não precisamos de mais Portugueses


Fervi quando vi este artigo. Mais um artigo fatalista, piegas e demagogo que os média Portugueses nos esfregam na cara todos os dias. O assunto emigração é vendido como um 8 (esta geração de "cérebros" a fugir de um País que "os atraiçoou") ou 80 (a investigadora X que trabalha com o novo prémio nobel da medicina, ou o designer Y que é candidato ao "Nobel" do design gráfico). É uma cruz que "os nossos gobernantes" nos obrigam a carregar...ou uma galinha de ovos de ouro onde o emprego, reconhecimento e qualidade de vida é de graça. Reflete um pouco uma sociedade pouco madura que só consegue ver as coisas a preto e branco.

Será que ficamos mais pobres por termos uma população estagnada nos 10 milhões? Por sermos um país pequeno?
Somos um país pequeno.
Somos pobres.
Logo todos os países pequenos são pobres?

Querem exemplos de países "pequenos" que invejamos?
Finlândia: 5.4milhões
Suíça:8milhões
Dinamarca:5.4milhões
Luxemburgo: 538 mil!

Vamos olhar para estas últimas décadas. O nosso problema é sermos apenas 10 milhões?
Nós não precisamos de mais Portugueses. Precisamos de Portugueses MELHORES! Estes 120mil/ano emigrantes não morreram, não desapareceram. Foram à procura de emprego e de uma vida melhor que permita sustentar filhos e até reinvestir dinheiro na economia Portuguesa sempre que regressam de férias (ou até permanentemente trazendo todas as poupanças).
O que é melhor? Um milhão no desemprego em Portugal (com gastos em subsídios e saúde) ou umas centenas de milhares empregados que foram construir carreira "lá fora" (com custo zero para o contribuinte tuga)?

Desenganem-se quem diz que quem fica o faz por Patriotismo. Que não "escolheu" o "caminho fácil" da emigração, porque "o amor também conta".
Quem está no desemprego é que não está, certamente, a contribuir para o crescimento.


Por outro lado podem pensar "sim, mas tens de ver que o problema não é sermos só 10M...mas termos cada vez menos nascimentos". É verdade que menos nascimentos significa menos futuros contribuintes para manter este sistema de pensões (que vai falir na próxima década, não se enganem). Será mesmo? Será que a maioria das pessoas que protesta na rua contribui o suficiente para a despesa que causa ao estado (saúde, educação, reforma)? Se todos ambicionasse-mos a escolaridade mínima, o ordenado mínimo. Acham mesmo que seria sustentável? (Façam este exercício. Imaginem um casal com dois filhos com o ordenado mínimo. Somem os subsídios que lhes são oferecidos devido aos seus rendimentos. As regalias, como não pagar manuais escolares ou alimentação nas escolas (se é que isso ainda acontece). E agora verifiquem as tabelas de IRS e subtraiam os custos de aluno numa escola...ou mais interessante, de dois filhos numa faculdade pública (de preferência a tirar um curso sem empregabilidade). Os custos de manter hospitais, centros de saúde e saneamento básico. E vejam se os impostos que esse casal paga por ano...cobrem a despesa.).

(preparem-se que isto agora vai dar uma volta...pode parecer louco à primeira lida...mas vão com calma..)

Segundo esta notícia (e outros comentários fatalistas) podemos pensar que quanto mais nascimentos mais crescimento económico e social...o que vai de encontro com a historia da revolução Romena...

Era uma vez um país do leste europeu chamado Roménia. Que tinha como lider o comunista Nicolae Ceaușescu. Até que em 1966, com as finanças a derrapar, Nicolae proibiu o aborto e métodos contraceptivos, criou impostos para quem não tivesse filhos e criou um generoso esquema de subsídios para quem os tivesse. Mães com cinco ou mais filho receberiam boas quantias do estado e mães com dez ou mais seriam consideradas "mães heroínas". O princípio era quantos mais putos mais operários no futuro! Kerching!
Estudos revelaram que as crianças "indesejadas" que nasceram nesse ano tinham mais probabilidade de ter fraca performance nos estudos e emprego. E, consecutivamente, render-se ao crime.
Em 1989 uma repressão assassina de um protesto em Timișoara resultou num revolução e destronou o regime de Nicolae...assassinou-o no dia de Natal. Curiosamente 23 anos depois da implementação do decreto 770. Justamente quando os filhos "indesejados" eram agora adultos com uma arma nas mãos. E o resto é história. Um país minado pela corrupção e crime. Onde crianças são usadas como activos no rentável mercado dos pedintes.
"Mas foi a miséria, repressão e falta de liberdade e prosperidade que causaram essa revolta!" Provavelmente. Mas será que foram essas as razões para o crescente de crimes e máfias que se seguiu?

Sempre que há um novo caso de um crime horrendo. Sempre que se fala de um psicopata. Há um padrão comum:A infância. Os primeiros 3 anos de vida são críticos para a formação de uma pessoa. A falta de atenção e carinho nesses primeiros 3 anos causam sequelas irreparáveis.


Dito isto: será que o aborto pode ser responsável pela quebra de crime violento no futuro?

Em 2001 dois economistas americanos fizeram essa pergunta num estudo. E afirmaram que "os dados" dizem que sim. Eles apresentaram o caso que referi acima para reforçar a ideia oposta.


É famosa a crescente de violência nos estados unidos durante as decadas de 70 e especialmente 80. Que era especialmente elevada em Nova Iorque. Isso foi retratado em inúmeras series e filmes como o Taxi Driver (para ser honesto, eu só tomei conta desta realidade pelas tartarugas ninja.).
(1980 Metro de NY - Polícia à paisana a "prender" assaltante...que estava a tentar assaltar o fotografo...que estava a servir de isco - Bruce Davidson - Magnum)

Mas depois no início dos anos 90 o crime violento começou a baixar drasticamente. Vários tentar arranjar uma desculpa...especialmente quem queria ganhar eleições (como o mayor Rudolph Giuliani). O estranho é que antes disso especialistas da polícia tinham dito que o crime ia piorar cada vez mais. Seria a pior década de sempre. Mas com o inicio da década de 90 e os assassínios a baixaram 55%...tornou-se difícil arranjar explicações. Vários estudiosos tentaram arranjar explicações (cada um a tentar puxar a brasa à sua sardinha) quer fosse nas novas estratégias de policiamento, penas de prisão mais pesadas, combate à droga, controlo de armas, mais agentes da polícia ou simplesmente crescimento económico.

E foi aqui que John J. Donohue da univ de Yale e Steven Levitt da univ de Chicago entraram. E começaram por atribuir valores a cada uma das possíveis explicações. E chegaram à conclusão que todas as explicações só explicavam metade dos resultados. Mas, então onde estão os outros 50%?

Em 1973 a decisão judicial Roe V. Wade abriu porta para a legalização do aborto em todos os estados (até então eram apenas 5). Precisamente o oposto do que aconteceu na Roménia em 66. Levitt defende que esta é a principal razão para o decréscimo de crime nos anos 90: Toda uma geração de filhos "indesejados" (potenciais criminosos)...nunca nasceu.

Pode parecer uma explicação simplista (especialmente com tantos factores diferentes como opressão, repressão ou crescimento económico) mas eu acredito que o estado social (principalmente o inglês) vive refém de "filhos indesejados". Vejo demasiados casos em que adolescentes ficam grávidas e optam por ter o filho porque isso é uma garantia de casa e rendimento mínimo (bem acima do que receberiam a trabalhar no cabeleireiro) por longos anos. Quanto mais filhos mais rendimento. Mas basta falharem os princípios básicos de carinho e educação nos primeiros anos e dentro de 20 anos teremos uma nova geração de pais adolescente e desempregados (curiosamente um caso que está a ser investigado agora, e que causou os motins de 2011, foi o de um "jovem" desempregado com 5 filhos procurado pela interpol). A um ritmo bastante acima daqueles casais que tentam planear e ter filhos cada vez mais tarde. Que significa que por cada filho num ambiente estável, teremos sempre várias crianças num ambiente desestruturado. E todos os subsídios e apoios, parece-me, são como apagar um fogo como gasolina.
Sei que é perigoso dar demasiado poder ao estado. Não digo que tenhamos de ser uma china e ter de impor taxas de natalidade a alguém. Mas é importante desincentivar filhos "indesejados".

Portugal está a passar um momento difícil. Com as finanças a derrapar mais ainda e com uma inflacção que estará ao virar da esquina é fácil ficar assustado com uma população envelhecida. Mas são exemplos como os da Roménia de 66/99 que me levam a crer que: Não precisamos de mais Portugueses. Precisamos de melhores.


PS- Estes casos são retirados do livro Freakonomics que só ouvi falar recentemente da boca de alguém que estava na mesa ao lado no café (sim...um tremendo acaso). Quando vi todo o alarido à volta do livro fiquei com vontade de o comprar...mas achei melhor ficar à espera do filme. Que curiosamente existe.
PS2-Concordando ou não...o que importa é pensar e discutir. Ficar parado a absorver as mesmas notícias todas as semanas não serve para nada.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Dia de alguns Santos


Com o chegar desta época começo a ver nos canais Portugueses todos os sinais de uma cultura fraca. Lembro-me de, enquanto criança, ir por estas alturas bater às portas dos vizinhos e gritar:
- Bolinhos, bolinhos em louvor dos seus santinhos.
- Quê
- Pão por deus!
- Quem?
Isto no Cacém...ninguém sabia o que o 1 de Novembro significava. Ninguém ia limpar as campas, lembrar os seus mortos. Era apenas mais um feriado.
Quando ia à beira baixa já era diferente. Os vizinhos que nem me conheciam davam-me chocolates, merendas (as tipo bolo (típicas da época), não as que encontramos nos supermercados), trocos ou até "papos-secos". No fundo o mesmo que na noite anterior se fazia do outro lado do atlântico. O mesmo princípio do trick or treat.
Os anos passaram e nunca mais ouvi pedirem "pão por Deus". E deixa-me lixado ver hoje tanta gente a celebrar o Halloween (até a fazerem Jack-o-lanterns e a mascararem-se) ignorando completamente a nossa cultura. Que povo triste é o nosso que importa tudo o que (não importa e) é de fora e esquece uma tradição com muito mais significado. E isso vê-se perfeitamente visitando um cemitério como o do Alto do São João e comparando com o de uma aldeia pequena do interior. Eu vi campas completamente pretas e cheias de musgo no de lisboa que nunca ia encontrar num cemitério no interior do país. E isto porque é tradição no dia de todos os Santos irem limpar as campas e colocar flores...e não dar um passeio a Espanha.

Pois hoje acordei com uma série de malta (muito) trabalhadora a queixar-se no facebook que não era feriado. E lembro-me de um sindicalista ter referido que se suspendermos os feriados "o povo" esquece-se do seu significado. Ora...eu não preciso de mais provas de que o povo nunca soube o significado do dia 1 de Novembro enquanto feriado. Será que removendo um feriado com mais significado pode condena-lo ao esquecimento?

Vamos ver, por exemplo, o dia 11 de Novembro no Reino Unido. O chamado Remembrance Day em que às 11h conseguimos ver nas ruas de Londres malta a parar e a sair dos carros para fazer um minuto de silencio em memória de quem caiu nas grandes guerras (cheguei a estar num metro que ficou parado na plataforma por isso mesmo). Não é feriado mas ninguém esquece.
"Pois mas isso é apenas um feriado...a nós roubaram-nos quatro!"...
O Halloween NUNCA foi feriado.
Dia 5 de novembro celebra-se o dia em que o Guy Fawkes (aquele da mascara dos anonymous) falhou ao tentar rebentar com o parlamento em Westminster...é um dia celebrado durante praticamente um mês com fogo de artificio por todo o país. Não é feriado.
A rainha festeja o aniversário com tiros de artilharia...não é feriado. (é, de certa forma, o dia nacional da Grã-Bretanha).
O dia nacional de Inglaterra! O dia de São Jorge não é feriado!

No entanto, em Portugal, os tugas queixam-se (mais uma vez) da injustiça de mais um roubo. Será mesmo? Ou será que este foi o primeiro dia de trabalho depois de décadas em que os Portugueses roubaram nos feriados? É linda esta hipocrisia portuguesa de comparar tudo com "lá fora" (os apoios do estado, os ordenados mínimos) mas só para o que lhes interessa...
Lembro-me de ter visto artigos sobre como Portugal se tinha tornado um do países com menos feriados...e todas as décadas em que foram entre os que mais feriados tinham? Isso não conta?
(reparem na hipocrisia destes artigos. Que não só não contam com o carnaval (que nem é feriado e continua a ser gozado) como não contam com as "pontes" sobres os feriados que não existem... )

Provei acima que acabar com um feriado não o condena ao esquecimento. Se, em Portugal, temos o dia de Camões...nunca ninguém se questionou porque os Ingleses não têm o feriado do Dia do Newton, Shakespeare, Darwin, Dickens, Chaplin....?
E em portugal ainda estamos a celebrar o dia de Assunção de Nossa Senhora? Santa paciência...

Como ja disse antes...é uma questão cultural. Não vai lá com decreto de lei...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Lanterna de Halloween - Jack-O-lantern

Neste último mês as lojas e prateleiras de supermercado sofreram uma transformação repentina. Teias de aranha e caveiras nas montras. E overdose de doces e abóboras nos supermercados.


Já tinha visto em anos anteriores as "lanternas" de Halloween (conhecidas como Jack-o-lanterns) nas entradas e parapeitos dos vizinhos mas nunca tinha tido a curiosidade de fazer uma. Mas depois de ver tanta abobora à venda no supermercado achei que estava na altura de experimentar.

Como nunca tinha visto ninguém fazer, googlei um pouco e encontrei este artigo.
Há malta que leva isto demasiado a sério e usam serigrafias e o catano mas eu limitei-me a:
Arranjar uma faca afiada (uma curta e longa de preferência) e uma colher (de gelado ajuda);
Escolher o lado da abobora onde cortar a face;
Cortar o topo em círculo.
Raspar o conteúdo com uma colher.
Desenhar a careta na abobora tendo atenção para não fazer pormenores muito curtos que eu não conseguisse fazer com uma faca sem destruir tudo.

Recortar a careta com o cuidado de não tentar fazer tudo de uma vez. Eu comecei pelo nariz para tentar ver a força que precisava de fazer e que espaço de manobra tinha com a faca. Depois os olhos (onde tentei deixar uns recantos sem a casca para dar um ar de iris...mas que  não funcionou mt bem). E com a boca sempre que podia retirar um pedaço, fazia-o. Sem tentar recordar logo os dentes à primeira. Cortei uns quadrados sempre que pude e depois foi limar os dentes como queria já com algum espaço na boca.
Depois foi só colocar a vela dentro e voilà. E aguentar com o cheiro a abóbora queimada (que até se parece muito com o cheiro das merendas que a minha mãe fazia nesta mesma época por altura do dia de todos os santos).
Claro que não ficou tão boa como as que estes loucos fizeram. Mas, para primeira vez, não está mal. Se bem que acho que esta ganharia por originalidade.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pêra Rocha em Londres

Mais um produto Português que encontrei nas prateleiras do meu supermercado local. A famosa pêra Rocha!
Apesar de conseguir comprar pêra quase todo o ano foi uma boa surpresa conseguir comprar a Rocha que contrasta com as concorrentes que sabem a nada e se parecem com uma maça deformada. Claro que não durou muito tempo. Dois dias depois no mesmo lugar estavam outras de latitudes diferentes (apesar de curiosamente terem mantido a etiqueta rocha na palete).
O preço é um pouco acima da concorrência mas que me parece justo comparativamente. Mas comparando com os de Portugal fica claro que está muito inflacionado. De 1.49€/kg ou 0.31 unidade para 2.64€/Kg ou 32€ unidade (2.25£/kg 0.27£ unidade).

Ainda assim boas notícias. Pena é não o ser com mais frequência.


domingo, 13 de outubro de 2013

Dicionário Inglês/Tuguês


Inglês-"Can the ticket holders of seats 15 to 20 please come forward..."
Tuguês- Todos ao mesmo tempo em 5 filas diferentes e fingir que não entende quando lhe dizem que ainda não é a sua vez...mas mesmo assim ficar na 'fila' para guardar a sua vez.

Isto foi o que encontrei num voo Tap em Setembro (low cost é geralmente pior). Sabem como distinguimos os ingleses dos Portugueses/Angolanos num voo Uk-Pt? Os ingleses estão sentados à espera da sua vez. E quando fazem fila...fazem uma fila única, não de 4...não de 2...de uma pessoa.
Com uma esperteza e "desenrascanço" assim, o que esperam que o Tuga faça quando lhe dão um pouco de poder? São episódios assim (e muitos outros que acontecem constantemente quando volto) que me fazem sentir uma vertigem quando me perguntam "Pois...mas se isto estivesse bom voltavas, não?".

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Edward Kowalczyk I Alone @ Islington Assembly Hall

Era o início dos anos zero (não gosto muito de noughties) quando se ouvia, semanas a fio, na rádio o Dolphin's cry. Ligava a Tv e lá estavam (durante meses até) na primeira posição do Top+ os Live. Talvez por isso nunca lhes tenha dado a devia atenção.

Foi preciso conhecer a minha maisquetudo e o seu grupo de amigos para dar o devido valor a esta banda. Cada festa terminava com "I alone" ou "lightning crashes" dependendo da cadela de cada um. E fiquei então a saber que havia mais banda para lá do Dolphin's Cry. Que até havia uma música deles que eu jurava ser dos REM (selling the drama).

Foi com tristeza (para ser honesto eu estava indiferente) que ficamos a saber que a banda tinha acabado após a saída do vocalista Ed Kowalczyk (parece que se lê Kavolchik em polaco) em 2009. Entretanto os restantes membros da banda processaram Ed e continuaram a banda com outro vocalista...semelhante com o que se passou com os Massive attack e o agarrado do Tricky que, curiosamente, fez alguns projetos com o Ed...adiante.

Temia-se que após uma espera de mais de 15 anos nunca mais fosse possível ouvir as música dos Live ao vivo até receber um email no inicio do ano a anunciar a torné europeia do Ed. Foi uma longa espera e nem todos do grupo de amigos conseguiram vir a londres (parece que tem qualquer coisa a ver com "responsabilidade" e "filhos"...).

Foi uma desilusão quando entrámos no Assembly Hall em Islington no norte de londres e vimos cadeirinhas por todo o lado. Afinal de contas era um acústico mas, mesmo assim, esperava poder mexer-me à vontade. A última experiência de um concerto sentado tinha sabido um pouco a coito interrompido.

Com muitos clássicos dos live e alguns flops (microfones desligados, amplificadores desamplificados, enganos na letra) à mistura foi um concerto bom. Mas pecou por uma sala sentada, composta mas não cheia. De espetadores que não sabiam as letras e que não se levantavam. Por isso será justo dizer que o Ed não merecia este público e que talvez deva repensar esta única paragem em Londres e trocá-la por Lisboa (no meio dos seus 8! concertos na Holanda) onde encheria certamente um lindíssimo coliseu de Lisboa.

No final ficou a autografar posters e vinis. E a sorrir para todas as fotografias dos fans. Que, depois de um concerto, deve ter doído. Respect!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Oliveira da serra @ Sainsbury's

Depois de alguma discussão que foi gerada por não encontrar produtos portugueses no meu supermercado local. Foi com surpresa que hoje finalmente encontrei um azeite Português na enorme prateleira de azeites de todas as nacionalidades.

Reparei que só faltava uma garrafa no lugar. Talvez porque não é necessariamente a garrafa mais barata. O azeite, não sendo barato, começa em 2£ (500ml) pela marca própria. Seguindo-se pelo mais vendido (e o que habitualmente compro) Filippo Berio Extra Virgin por 3.5£. E depois as marcas italianas, gregas e que mais...com todos os nomes pomposos (como Gourmet) que custa 5£/6£ por 0.5L onde encontramos o nosso oliveira da serra. Esta zona das prateleiras acaba por estar quase sempre cheia. Talvez porque o inglês/indiano/africano cozinha mais com óleo do que com azeite. E se quer fazer um cozinhado que tem de ser feito especialmente com azeite acho que prefere escolher o melhor...como um grego que custava 12£ por 350ml (que agora não encontro mas encontrei um espanhol por 11£).
Ora eu quando vi o nosso azeite senti-me obrigado a compra-lo (mesmo tendo em mente que, o que custava quase metade do preço, era mais do que suficiente). Mas quando cheguei a casa é que reparei em algo estranho.
Ora temos "100% Portuguese"..."Azeite Português, Portugal"...tudo na mesma àrea para que mesmo o mais distraído perceba que é 100% tuga.
Mas quando lemos o verso do rotulo temos "Packed by Sovena Espana S.A. (Sevilha)"...
Ora mas então é 100% tuga ou não? Os mais rigorosos dirão "ah e tal" é 100% mas só do conteúdo! Ora...quando todos sabemos que nestas coisas as distribuidoras são quem tem verdadeiramente lucro, ficar a saber que até o empacotar não é tuga (que é como quem diz, não exportamos o nosso pacote), deixa-me a pensar quantas das minhas libras chegarão aos bolsos dos Portugueses. Mesmo não sendo 100% é melhor que nada
Agora venham as alheiras, maranhos, buchos, chouriços, vinhos, muscateis...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

London's Death Ray


Umas das coisas que me faz ultrapassar as manhãs de 2ªF é esta vista. Nestes últimos 2 anos vi uma grande transformação na skyline de Londres. Ao ver crescer o Shard (o (ex) edifício mais alto da Europa) seguido de dois edifícios que ainda não estão terminadas. Um tem a forma de um triângulo rectângulo e o outro de um copo de whisky. Ora para os transeuntes da zona de bank/Monument este é conhecido por Walkie Talkie.

Ora parece que com este Verão excecionalmente quente (o mais quente/longo desde 2006) começaram a acontecer alguns episódios estranhos perto do número 20 de Fenchurch Street. O banco de uma bicicleta derreteu. Os sapatos de uma senhora também. Alguns transeuntes (bando de banqueiros chupistas filhos da puta) queixaram-se de cabelos queimados. E o mais dispendioso de todos: um tipo com um ar de Chav do catano que ficou com o seu Jaguar parcialmente derretido.
(infografia TheTimes)
E eis que se cria a lenda do death ray de Londres. Um raio provocado pela concentração (efeito de lupa) do sol no edifício espelhado e que se desloca seguindo o sol durante um período de duas horas. Num dia de 20 graus foi medido 45 graus no seu caminho.

Ora num edifício que custou 239£ milhões...não houve orçamento para contratar um professor de física do ensino secundário para explicar aos Srs Arquitectos o que é um espelho côncavo? Quando falamos de grandes edifícios que desafiam as leis da física falamos, curiosamente, naqueles que menos sabem dela: Os Arquitectos. Quando um edifício caí ou faz uma borrada como esta lá aparecem os nomes dos Engenheiros...
Estou a imaginar os arquitectos quando o engenheiro os alertou desta possibilidade. "Sol...em Londres, durante mais de duas horas? Muhahahahhahaa!"...

No entanto nem todos se queixam. Alguns num escritório próximo dizem que é uma boa forma de apanhar um bronze sem pagar mais por isso.

domingo, 1 de setembro de 2013

Make your own pizza

Lembram-se de ver o Kramer a explodir de contentamento quanto teve esta ideia?


Ora foi essa a minha reação quando vi isto em SouthBank.


Onde numa tenda tinham um moinho para fazer farinha e na seguinte proporcionavam aos adultos criar a sua própria pizza por "apenas" 3£ (crianças 2.5£).

É interessante que aquilo que nos anos 90 foi... uma anedota. É hoje um negócio.
Hum...e se eu criasse um perfume com aromas de "depois de vir da praia"?
Acho que vou chamar-lhe "the beach".

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pastel de nata Remix

Já há muito que não ia comprar café lá. Mas fiquei agradavelmente surpreendido com o que vi no Expresso Room. O Expresso Room é um café de dimensões minúsculas mas bastante famoso na zona pela sua qualidade (aconselho vivamente a que estiver nas zonas Kings Cross/Holborn/RusselSq/Chancery Lane). Quando fui comprar o meu flat white deparei-me com isto:
Tenho visto com cada mais mais frequência pasteis de nata nas montras de cafés independentes (e em uma grande cadeia, mas fica para outro post) mas assim foi a primeira. É um pastel de nata diferente...reinventado. Com o toque de ter perdido o Portuguese...no nome. Fez-me lembrar aquelas músicas que só conheço como remixtura e que só se tornam realmente famosas depois de remisturadas e exportadas...ficando a original condenada ao anonimato.

Há décadas que vejo sempre os mesmos pasteis de nata. Com a mesma apresentação...nas mesmas montras riscadas...servidos nos mesmos pires. Funciona? Vende? Não se mexe. (até nos cafés Portugueses de cá se faz da mesma forma.)
Depois temos o ex ministro da economia Álvaro Santos Pereira que nos diz na cara que o pastel de nata tem que ser exportado e o que é que fazemos? Rimos na cara dele. "Pastel de nata? olha-me este? Queres ver que também devo exportar leitão da bairrada..deve ser... Então agora este emigras vai-nos ensinar como vender um produto? Isto é alguma novidade? Eu já sabia!" e o que é que fazemos? Nada...

Não tarda nada vamos recordar como o Dave's Custard Tard era uma receita portuguesa...antes de ter sido exportada com carimbo Inglês...como o Porto Taylors...
Reparem...o Nandos era até há pouco tempo a único local onde podia comprar pasteis de nata (intragáveis) para alem dos estabelecimentos Portugueses refundidos num bairro social qualquer.

E isto não é culpa da troika.

PS - eu sei que me vão falar do Nata 28. Mas reparem que a data da declaração tem mais de 1 ano...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Portugal St WC2

Apesar de trabalhar na zona há mais de 3 anos só há relativamente pouco tempo é que me apercebi que estava perto de Portugal. Como não ficava sequer no caminho do escritório acabava por nunca satisfazer a curiosidade. E só agora, que passo todos os dias ao lado de bicicleta, é que me decidi a conhecer a Portugal St bem no coração de Londres.

É uma rua que cruza a prestigiada London school of Economics, o Peacock Theatre e o Royal College of Surgeons. Mas tirando um simpatico Pub e um teatro fechado no Verão, a Portugal Street, aparenta ser as traseiras de tudo. A LSE dá como sua morada a Houghton Street. E o RCS tem como morada os famosos Lincoln's Inn fields.





Numa das fotos pode ver-se um marco histórico do Blitz. Uma placa destruída por um bomba nazi na noite de 10 de Outubro de 1940.


Portugal St WC2 não é mais que uma rua de passagem com alguma história onde ninguém quer ficar.
Uma metáfora.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Ebony Steel Band @ Prudential Ride London 2013

No fim-de-semana passado fui ao Prudential Ride London. Um "festival" de ciclismo que encerrou o centro da cidade ao transito para dar uma oportunidade de mesmo o ciclista mais amador percorrer algumas das principais avenidas. Perto de Bank encontrei a Ebony Steel Band. Adivinhem qual é a música.



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cycle to Work - Day 1

Depois de ano e meio a namorar aceleras (vespas, x9, mp3). De ler sobre CBTs e afins e ficar frustrado por ter uma carta de condução "antiga" que não me dá direito a conduzir 125cc. Depois de vender a ideia de que uma acelera era melhor porque é mais visível e estável...eis senão que, chegada a primavera e ao reparar no ar de felicidade dos ciclistas enquanto eu me encaminho para o ensardinhanço no tube, decido comprar uma bicicleta para o meu commute diário.

Ironicamente no dia que a encomenda chegou um colega meu foi "doored". Alguém decidiu sair de um taxi e ele deu de caras (literalmente) com a porta. Com o garfo partido e ainda a recuperar os sentidos, ainda levou com os gritos do taxista que quase que chegou a vias de facto. O taxista queixava-se também de o passageiro ter saído sem pagar (o que é estranho porque normalmente trancam as portas) e depois de descarregar a raiva sentou-se ao volante e saiu sem prestar qualquer assistência. Apesar de ter o ombro arruinado, teve sorte. Vários acidentes graves acontecem porque os passageiros abrem as portas sem olhar. Basta alguém parado numa fila abrir a porta no momento em que o ciclista o ultrapassa para se colocar na zona reservada para ciclista em frente ao semáforo (algo que é legal) para o empurrar para a faixa contraria e directamente para o outro mundo.

O meu primeiro dia não deveria de contar oficialmente como "dia". Visto ter sido apenas regressar a casa. Mas serviu para pensar "fodasse...onde é que me meti".

O caminho recomendado pelo google maps em modo de transporte bicicleta (curiosamente indisponível para lisboa) enviou-me para Leicester Square, Charing Cross, Whitehall, Westminster...provavelmente os piores lugares para um ciclista. Apesar de o transito ser respeitador do ciclista (excepto black cabs e carrinhas tipo Ford transit) os motociclistas (especialmente as aceleras) e sobretudo outros ciclistas fizeram-me borrar a cueca. Diria que o inimigo Nº1 do ciclista é outro ciclista...seguido logo pelos peões. É incrível como as pessoas são estúpidas. Como olham para o lado errado da estrada. Como atravessam a estrada enquanto falam ao telemóvel. Como ao verem o sinal vermelho passam por entre os carros e double deckers, em vez de na passadeira, sem ver se vem um ciclista ou pior...uma moto. E como alguns gostam de sair do autocarro e correr para o outro lado da estrada pela frente do mesmo...uma surpresa para quem está a ultrapassar o autocarro.

Fez-me alguma confusão ver a forma como alguns ciclista ziguezagueavam pelo transito. E especialmente os que usam as boris bikes. Não têm capacete. Não aparentam saber muito bem para onde vão mas ultrapassam e mudam de faixa sem sequer olhar.
Senti um certo orgulho ao passar por trafalgar square, whitehall e, enquanto estava parado num semáforo rodeado de bmws e autocarros, ver o big Ben. Senti que estava ali na carótida da cidade. Se houve um momento que realmente gostei foi ao descer a Cycle highway na Millbank mas passou-me logo que aqueles cromitos do ciclismo me ultrapassavam a razar. Assim tão silenciosamente como ninjas.

Foi estranho estar a passar por Chelsea em duas rodas. E começar a ver as ruas decoradas de flores e Porches. Talvez por isso distraí-me ao passar a Chelsea Bridge e virei para a rua errada. Como sempre andei debaixo de terra, não sei muito bem por onde vou. E como as ruas e casas são todas muito semelhantes demorei um pouco para perceber que estava enganado. Depois tentei ir por um atalho que era um beco sem saída. E acabar por chegar à caótica Vauxhall. Aí era um emaranhado de autocarros e pessoas na rua e eu sem saber muito bem para onde ir. Já estava bastante cansado e com uma valente dor de rabo (o banco desportivo fica bonito mas não ajuda) e parava constantemente para ver o googlemaps.


Finalmente consegui chegar a Stockwell e aí sabia que era sempre em frente. Mas era uma rua principal e isso significava carros por todo o lado e outros ciclistas que me ultrapassavam mais rápido que carros. Senti-me bastante intimidado ao ouvir o motor dos autocarros atrás de mim. E uma vozinha dentro de mim a dizer "se caíres...já foste.". E a cortina de vento quando me ultrapassam para travar numa paragem imediatamente a minha frente obrigando-me a travar com uma mão sinalizar com a outra e espreitar se não vem nenhum carro.
Nas primeiras semanas em Londres fiquei frustrado ao ser ultrapassado por mulheres completamente balofas nos tuneis do metro. Eu que julgava andar tão rápido! E tive a mesma sensação desta vez que estava em duas rodas. É verdade que é uma single speed mas ser ultrapassado por lontras deixa qualquer um desanimado.

Ao chegar a casa estava encharcado em suor e tinha as pernas a tremer de esforço. Sentia orgulho por ter conseguido e ter resistido à vontade de meter a bicicleta no comboio em Vauxhall e ir directo a casa. Mas começou a crescer dentro de mim a ideia de que o investimento na bicicleta (no cadeado e capacete que vinham no dia seguinte) estavam perdidos.

Ao chegar ao escritório no dia seguinte perguntaram-me como tinha sido. Não consegui esconder o meu desânimo e disse (meio a brincar...meio a sério) "anyone interested in a bike?". A história espalhou-se rapidamente pelo escritório e consegui ouvir um ecoar de "he's quitting already!?" e em menos de nada tinha parte das equipas no nosso quadrado a perguntar pormenores entre gargalhadas...
O meu colega polaco distanciava-se da maioria. Um tipo que vai sempre de bicicleta quer faça sol, chuva, granizo, neve, gelo...temperaturas negativas...nada é desculpa. E tentou-me convencer a não desistir. Que a primeira vez é sempre assustadora mas que em menos de nada ia começar a sentir prazer. Que tinha de insistir.

Tinha de arranjar um motivo para "insistir" uns dias. E a forma que arranjei foi de apostar com o um colega ingles que ia todos os dias de bicicleta durante duas semanas. 10£ para andar cerca de 25km dia. 250km no total...que ficariam a 0.04£/Km. Provavelmente o ciclista mais mal pago do mundo. Apertámos a mão e saí coxeando até à cozinha para tomar um café inspirador.


sábado, 22 de junho de 2013

Greenwich+Docklands International Festival 2013

Apesar de o primeiro dia de Verão não convidar a grandes saídas vale a pena dar um passeio até Greenwich para ver mais um Greenwich and Docklands International Festival.
Não percam a última oportunidade para ver o grande "As The World Tipped" pela mão dos Wired Aerial Theatre. Talvez hoje, mais que nunca, seja importante ver este espectáculo sobre as alterações climáticas. Numa altura em que se teme ser o verão mais frio de sempre.

Onde: National Maritime Museum, Royal Museums Greenwich, SE10 9NF
Quando: Hoje 22h.
Tempo: 55min.

Para quem está já convencido a ir, não veja o video seguinte. O factor surpresa é importante.


No próximo fim-de-semana temos algo que pode ter um significado especial para muitos dos que lêem este blog. "One Million" é um espectáculo sobre o desemprego jovem no reino unido. Será apresentado pelas mãos dos "Tangled Feet" num local que esteve nas bocas do mundo recentemente pelos piores motivos. A Royal Artillery Square em Woolwich.


domingo, 9 de junho de 2013

Not even made (Partially) in Portugal

Depois de ter encontrado um produto parcialmente feito em Portugal no meu supermercado local (e de isso ter resultado em comentários interessantes de alguns bloggers) comecei a procurar mais produtos, sem sucesso. O que não esperava era de ver a mesma embalagem, com os mesmos produtos, agora sem o carimbo Português.
As framboesas deixaram agora de ser Portuguesas para serem espanholas. E não foram os unicos produtos espanhóis que encontrei.
Tanto quanto sei a cereja precisa de temperaturas temperadas e primavera digna desse nome. E mais que tudo não precisa de neve, granizo e chuva. Tudo isto aconteceu um pouco por todo o Reino Unido há pouco mais de um mês. O que torna esta fruto muito difícil de criar cá e um grande mercado por explorar pela muita procura e nenhuma oferta.
Justamente na época da cereja. Quando em Portugal, em cada esquina, encontramos bancadas de rua repletas de cereja...em Londres não encontro uma única cereja Portuguesa!
Sei que um supermercado não é representativo de nada mas quando ao lado tenho outra bancada com uma qualidade de cereja diferente mas provenientes de...

Espanha...novamente. Ora isto deixa-me revoltado.
Eu lembro-me de ver a fartura de cerejas que tinha em Portugal. E de como os preços baixavam rapidamente devido a essa fartura. Se não temos falta de cereja porque é que não a exportamos?

Na wikipedia podemos encontrar uma tabela dos maiores produtores de cereja. E deixa-me espantado portugal encontrar-se no fundo (mesmo tendo em conta a área). Espanha encontra-se em quinto lugar com 96 mil toneladas...atrás dos states e da turquia que produzem 4 vezes mais!
Na mesma tabela. Portugal aparece com 11.2 mil toneladas. Com pouco mais que as "grandes" potências Bósnia e Albânia (que têm várias vezes menos área que Portugal). E com uma tonelada a menos que a Índia. Um país quente e húmido...justamente o local mais difícil de plantar cerejeiras.

Ora para aqueles que dizem que Portugal tem pouca área e pouca capacidade de produção para competir com Espanha, expliquem-me como é que Espanha consegue roubar o lugar à Turquia! Porque a Turquia terá um custo de produção mais barato (tal como Portugal). E se (como ontem ouvi) Portugal tem "a melhor cereja do mundo" a um custo de produção mais barato, porque é que não a vejo cá?
Também pode ser verdade aquilo que alguns dizem. Que (à semelhança com o pata negra) são criados em Portugal e distribuídos por Espanha. Mas, a ser verdade, quem é o otário? Será que nos podemos queixar, a não se de nós próprios, quando vendemos um produto por tuta e meia que depois aparece nas prateleiras portuguesas com carimbo espanhol (como no caso de presunto, chouriço)?

Pouco depois de uma reportagem no jornal da sic sobre os "novos" agricultores portugueses que exportam quase tudo "lá pra fora". Focando-se num que exportava framboesas. Encontrei duas grandes bancadas do fruto...e fiquei a espera de ver "Portugal"...mas encontrei Spain.

Mas, provavelmente, o mais escandaloso que vi foi a quantidade de embalagens diferentes de morangos made in UK.

Eu lembro-me de, ainda criança, ir pelo interior para a terra dos avós e ali pela zona do Ribatejo ver grandes estufas de morangos (enquanto o meu pai desesperava por uma oportunidade de ultrapassar um tractor carregado de tomates). E tanto quanto sei o morango precisa de calor e, sobretudo, sol directo. Ora o Reino Unido é conhecido por não ter sol! E mais...este inverno foi bem rigoroso. Com zonas do país sempre cobertas de neve. Durante uns quatro meses a temperatura média em Londres não andava muito acima dos 4 graus e o céu era constantemente cinzento. Ora com neve, granizo, vento, chuva (lembram-se nas notícias de inundações no país de gales?) e um céu cinzento... como é que Essex e Kent conseguiram produzir morangos que conseguem competir com os de "lá fora"? Como é que Portugal, com o sol, os solos e a mão de obra barata, não consegue?
Vendo a tabela dos maiores produtores de morangos do mundo lá temos, novamente, os EUA e a Turquia. Espanha logo a seguir. Portugal, tal como o reino Unido, nem aparece.
Como é que queremos ter produtos e serviços de fora, uma divida enorme para pagar, se nem no mais óbvio somos competitivos?

Agora pensem nisto quando forem,amanha, para a rua gritar "Gatunos!" a quem ainda tem pachorra para governar este rectângulo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Primavera

Estava difícil mas a Primavera parece ter finalmente chegado. Ainda há uma semana tínhamos granizo e agora temos 19 graus! Com este calor (e sobretudo sol) todos se aventuram a sair para almoçar no parque, porque não sabemos bem quando vai ser a próxima vez. Nos últimos anos tem sido uma semana assim intercalada com várias sem ver o azul do céu e com uma chuva ocasional molha-parvos. Por isso antes que esta seja a última dos próximos meses, tudo para a rua!


Fui almoçar no Gray's Inn Gardens. O jardim é privado e pertence à sociedade de advogados e juízes da zona. E é um lugar onde podemos ver advogados, juízes, creativos (mais vindos da zona este) ou mesmo pedreiros...todos num mesmo local a apanhar sol.
Imaginado por Francis Bacon e frequentado pelo mesmo, mas também há quem diga que naqueles bancos também se sentaram Dickens (que vivia numas ruas ao lado) ou Shakespeare.

E tento-me lembrar de um local semelhante em Lisboa. Quando trabalhei na zona do Marquês. E não me lembro de alguma vez ter visto alguém a almoçar uma sandwich deitado na relva do Parque Eduardo VII...

terça-feira, 21 de maio de 2013

Harry Beck - a new design for an old map



Harry beck era um freelancer para o London Underground nos anos 20. Em 1932 ele estava desempregado e aí lembrou-se de uma forma diferente de representar o mapa do metro. Muitos designers de hoje falam deste mapa como um referência do design mas foi de facto um engenheiro que o fez.

Com base na sua experiência de desenho de circuitos electrónicos ele deu ênfase às ligações e simplificou tudo o resto. Alterou as distâncias reais das estações, manteve as linhas horizontais, diagonais e verticais e arredondou tudo para ângulos de 45 ou 90 graus. Voluntariamente, sem qualquer convite, enviou o mapa para o metro. Foi rejeitado. Ele tornou a envia-lo.


"a new design for an old map...we welcome your comments please write to pub manager." foi o que constava no verso do folheto criado. Que demonstra que não estavam convencidos que alguém ia usar o mapa. Foi impresso e distribuido em 3 ou 4 estações. No dia seguinte ele perguntou como estava a correr. Eles responderam "going? they went in a hour! The public loved it!".


Apesar de ter continuado um freelancer. Continuou o seu grande projecto fazendo todas as pequenas alterações necessárias com o evoluir da linha. Mas nos anos 50 começaram a existir discordâncias entre os managers e as suas decisões geográficas. Nomeadamente a decisão de separar as wimbledons (na metrepolitan line) de south wimbledon (na northen line).

Em 1960 Harry Beck entrou na sua estação de West Finchley e deparou-se com algo estranho. O seu mapa estava agora assinado por outra pessoa. Nos últimos 14 anos da sua vida Harry continuou a enviar várias versões actualizadas e melhoradas do seu mapa original. Todas foram recusadas.
Só em 1997, postumamente, Harry Beck foi reconhecido como o criador do mapa original do metro de Londres. Mapa que serviu de inspiração para outros tantos em todo o mundo.

O nome Harry Beck assina hoje todos os mapas em todas as 270 estações do metro de Londres. Na de West Finchley, no mesmo local onde viu o seu nome desaparecer do seu projecto de vida, centenas de cidadãos do mundo cruzam-se todos os dias com uma placa em sua memória.

(esta e outras histórias do metro de londres neste doc da  bbc)

terça-feira, 14 de maio de 2013

Chelsea 2-1 Benfica (Champions League, Leg 2 - 04/04/2012) @ Stamford Bridge

{Depois de curar a azia de Sábado passado é tempo de olhar em frente para a final da liga europa contra o Chelsea. E recordo quando fui ver o Glorioso atrás das linhas do "inimigo" em Stamford Bridge.}

Depois de torcer para que o Chelsea passasse aos 4º de final. E rezar para que se cruzasse com o Benfica. Não acreditei na minha sorte quando o meu colega de trabalho (do Chelsea) me disse que ia jogar contra o Glorioso. Comecei logo a fazer os possíveis para comprar um bilhete para Stamford Bridge.
Um camarada londrino e Benfiquista telefonou para o Restaurante Benfica em Kensal Green (que eu acho que já se chamou Sport London e Benfica há 3 anos) onde lhe disseram que já desde 2010 que o Benfica deixou de demonstrar interesse por eles como Casa do Benfica em Londres. E portanto deixou de haver qualquer forma de um Benfiquista comprar um bilhete em Londres.

Temos sempre a opção chico-espertista. Conheço outro tuga e Benfiquista que tinha o contacto de um "chico-esperto" que conseguiria bilhetes para o jogo por uns 85£. Este mesmo senhor é aquele que também arranja instalações Zon e semelhantes. Sempre a preços inflacionados. É incrível como, no que toca a arranjar qualquer coisa tuga aqui em Londres, acaba sempre por envolver estes "chico-espertos" que têm sempre de levar uma comissão ou suborno e que gerem uma espécie de cartel do produto que vendem. Apesar de estar numa cidade de 8 milhões de habitantes, no que toca a produtos tugas continuo a viver numa aldeia do interior.
O "chico" vendia por 85£ mas como a procura era tanta estaríamos até à hora do jogo para saber se realmente tínhamos bilhete. Então virei-me para o plano B(...ou será C?).

Perguntei ao meu colega V (um indiano com um valente sotaque americano e sócio do Chelsea) se seria possível arranjar-me bilhetes. Na altura que perguntei os bilhetes eram vendidos no site do Chelsea às mijinhas. Um por cada sócio nas bancadas mais foleiras. Depois fiquei a saber que conseguia por 85£ mas não na bancada familiar (de adeptos...em famíla). Seria então na boca do leão que ia ver o jogo. Não querendo esperar pela resposta do "chico" optei por esta e numa tremenda caga os bilhetes mais baratos ficaram disponíveis. E eu ia ver o Benfica na liga dos Campeões pela primeira vez.


Antes do jogo perguntei ao colega V se era normal haver espancamentos ou confusão antes dos derbys. Ele disse-me que tal não acontecia em Stamford Bridge e mais tarde tive a confirmação.
Estava no metro na Piccadilly Line e comecei a ouvir muitos cânticos de claque. Conforme me fui aproximando da estação de fulham Broadway comecei a ouvir cada vez mais Português e a ver cada vez mais vermelho. E até o meu colega ficou um pouco nervoso ao ver uma macha de vermelho aos gritos a entrar na carruagem em frente.
Ao chegar a estação era como estar na de colégio militar. "Glorioso SLB" era o que mais se ouvia. E fiquei bastante surpreendido ao ver tão poucos agentes da polícia à saída do metro. Pelo caminho ainda reconheci alguns adeptos NoName a armar alguma confusão nas esplanadas circundantes. E eu a encher-me de vergonha. Os adeptos de casa chegavam civilizadamente enquanto que a "minoria" de fora atirava garrafas para o chão e gritava a quem passava.

Entrei num pub tipicamente inglês para encontrar uma casa cheia de adeptos de azul e branco. E, talvez por ser essa a cor, senti um nervoso miudinho de ser descoberto. O V disse para não me preocupar e tinha razão. Depois telefona-me o M a dizer que o segurança do pub não o deixava entrar. Questionei-me se não era ilegal alguém recusar alguém entrada num pub apenas por esse vestir um clube diferente. Mas engoli o orgulho saí porta fora cumprimentei o meu colega efusivamente enquanto o segurança perguntava "But...do you support chelsea??" ao que respondi mostrando a tshirt que trazia por baixo. Sim, eu sei que é triste, mas como não sabia onde me ia meter (ver o jogo em lugares que só são vendidos a sócios do Chelsea)  levei a tshirt do chelsea vestida e o cachecol do Benfica no bolso do casaco. Para o caso de haver alguma confusão podia ajudar a acalmar alguns ânimos. E, neste caso, fez com que o M pudesse entrar no pub.

O caminho para o estádio foi algo memorável. A quantidade de adeptos que subitamente invadiu as ruas e que ia ordeiramente para o estádio  Foi uma lição de civismo que não esperava encontrar nos dias de hoje no mundo do futebol.

Nos lugares onde me sentei tinha uma bandeira do chelsea. Todos os lugares do estádio tinham uma bandeira e...talvez por ser tuga, pensei: "Mas porque é que não roubam as bandeiras das cadeiras ao redor? Sempre dava para fazer uns guitos.". A verdade é que ninguém o fez. E, mesmo no final, quando quiseram levar uma sobresselente, perguntaram aos que estavam à volta "is that yours?".

Os cânticos "Blue is the colour"..."C'mon Chelsea!" "Coz we are the famous CFC"... constantes e afinados que me fazia acreditar que, depois de vir a Samford Bridge, não há como não adorar este clube. No entanto o estádio pareceu-me tão pequeno e velho. Apenas 42mil!

No início do jogo tentei disfarçar o meu apoio de cada vez que o ataque do benfica acontecia. Mas rapidamente deixei de conseguir. E não passou muito tempo até uns colegas do lado começarem a reparar. Pudera...os únicos 3 naquela bancada que ficaram sentados no golo do Chelsea...mas que se levantaram efusivamente no do Javi.


Eu cheguei mesmo a gritar GOOOLLLOOOO...seguido de "oh...that's a shame..." enquanto o M me puxava para baixo dizendo "cala-te" entre dentes.

A arrancada e golo do meireiles foi algo de inacreditável (grande golo, para ser honesto)...um bico que parecia que ia para a bancada e cai ali mesmo ao ângulo  Algo, para me fazer lembrar que apesar de estar em Londres...este tripeiro ainda joga de azul...e ele fez questão de festejar efusivamente. Algo me dizia que era mais do que um golo para os blues.

Uma grande experiência. E a certeza de que amanhã teremos um grande jogo.











Entretanto descobri que eles já têm um cantico da final...espero que não saibam a letra amanha.

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