Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better. Samuel Beckett

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Economia no Reino Unido 2014



Na passada Sexta feira foi publicada mais uma previsão do FMI sobre a economia do Reino Unido. E, aparentemente, são boas notícias. A economia cresceu 0.8% nos últimos meses e que, segundo dizem, isso significa que está finalmente ligeiramente acima dos primeiros meses que resultaram na dupla recessão.

A Sky criou um widget onde podemos comparar o desempenho das varias regiões. Comparar, por exemplo, vencimentos, preço médio de habitação ou desemprego.
Pode ajudar para ver o ordenado médio da área onde receberam uma proposta de emprego.
Mas também é preciso ter em conta que alguns dos dados (como o vencimento) são de 2012.



Nele é possível ver um país a duas velocidades. Temos Londres e o resto.
Mas também conseguimos ver que mesmo com um ordenado médio que é 30% superior a média nacional é curto para um custo médio de habitação que chega a ser mais de duas vezes e meia superior á media nacional. Que acho que reflecte uma realidade: Quem compra em Londres não é com rendimentos de Londres (capital estrangeiro).
Mesmo um valor tão elevado como £435 mil acho curto para os preços que vejo. É um valor que abrange toda a área urbana de Londres. Porque só na minha rua um flat com apenas um quarto numa casa victoriana convertida (que duvido que algum Português alguma vez comprasse se fosse em território nacional) vendeu por £370mil. As casas/flats que considero de família custam mais de £1 milhão. E se considerarmos as zonas mais centrais ou de luxo aí falamos de dezenas de milhões.

Reuni as comparações entre Londres e o País, assim como entre o centro de Londres e o outer Londres.


Podemos ver como a taxa de desemprego jovem é superior em Londres do que a media nacional. Que pode querer dizer que Londres procura mais profissionais com alguns anos de experiência,. Mas também que há uma certa cultura de "vou ficar aqui a espera de um emprego para as minhas capacidades" (tentando vingar nas artes por ex) ignorando que ele não existe. Não muito diferente do que encontramos em Portugal.

E também podemos ver como existem duas Londres. A Londres de Westminster ou Islington (inner) e a Londres de Croydon ou Ealing (outer). E conseguimos ver que no centro se ganha mais e que fora há mais desemprego (ou...mais pessoas a pedir subsidio de desemprego).


Um do factores que anda de braço dado com as (i/e)migrações é o estado da economia. Acho que mesmo para a "geração mais formada de sempre" existe muita impulsividade e pouco estudo quanto ao estado da economia do pais destino. Existe também uma certa ideia de uma entidade abstracta chamada "estrangeiro" (ou "lá fora") que é todo igual e sempre melhor que Portugal.

Só isso pode explicar a explosão de emigração de "amigos de amigos" para a Irlanda. País que o ano passado tinha 13,7% de desemprego e está agora nos 11,6%. Só para comparação, quando cheguei a Londres e tive sérias dificuldades em encontrar e manter emprego, o desemprego no Reino Unido estava nos 7% e no auge da crise chegou aos 8,4% (hoje está nos 6,6%) (nessa altura também conheci vários Irlandeses...que tinham fugido da crise). Existe também uma ideia de que o Reino Unido é todo igual, que inclui a Irlanda (já que também falam Inglês) e que tudo tem os mesmos benefícios/oportunidades que Londres. Pegando no Tempo, a Irlanda é bem mais húmida, fria e tem ainda menos horas de sol que Londres (imagine-se). Então o que faz com que tanta malta que sempre conheci de óculos de sol e fato de banho húmido decida emigrar para um país com tal taxa de desemprego e que foi o primeiro a declarar falência? E a resposta é Herd Mentality (ou seguir o rebanho). Dos casos que conheço ninguém foi sozinho. Foram já com emprego no bolso e com amigos, colegas de faculdade ou de trabalho.

Sei que é difícil mas tentem ignorar o que os vizinhos dizem dos colegas dos primos. Pensem por vós. Se o Reino Unido ou Londres são o que procuram. Porque não será, certamente, o caso para todos.

sábado, 19 de julho de 2014

Não és especial

Acho que o mal chegou ao mundo no instante em que nos sentimos especiais. Naquele momento em que começámos a achar que tem de existir uma razão para estarmos aqui. Que temos um dever a cumprir.

É algo que me realmente fode ver Doutorados, Mestres ou apenas aqueles que têm séculos de investigação nas pontas dos dedos e que, mesmo assim, optam por pensar: "não é bem assim...tem de haver uma razão para estarmos cá. Senão isto não faria sentido!"

Esta lógica da tanga (e de tanga porque não tem qualquer fundamento) é uma "qualidade" bastante humana. Alias...eu desconfio que estamos hardwired para pensar desta forma. Se subitamente nos apercebêssemos do irrelevante que somos, desconfio que haveria por aí uns quantos suicídios em massa. (daí a achar que esta forma de pensar que tudo tem um sentido e que estamos sempre protegidos é um sistema anti-suicidio).

Acredito que a maioria tenha ficado chocada com a notícia da queda do voo MH17. É normal (ou mesmo instinto natural) sentir empatia pelos que sofrem. Mas fiquei irritado quando vi uma entrevista ao casal Irlandês que não entrou naquele voo por sorte.

Como pode alguém dizer que a razão porque foi poupado do voo MH17 foi porque "Alguém deveria de estar a olhar por nós".
E ignorar que no mesmo exacto momento "Alguém" estava a condenar 298 pessoas a morte?

Acho que o mal chegou ao mundo no instante em que nos sentimos especiais. Mais especiais que o próximo.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Os double deckers dizem adeus aos trocos



A semana passada recebi um email da TFL a informar que apartir de 6 de Junho os Autocarros de Londres (ou double deckers) deixarão de aceitar qualquer forma de pagamento em dinheiro.

I am writing to remind you that from this Sunday, 6 July, you will no longer be able to use cash to pay for your bus fare.

Instead of cash, you can use an Oyster or contactless payment card for the £1.45 pay as you go adult fare.

If you don’t have enough credit on your Oyster card or your Bus & Tram Pass or Travelcard has just expired, you can now make one more journey on a bus. You must then top up your pay as you go credit before you can use your Oyster card again.
Este é também um dos motivos porque os transportes públicos têm feito greves no último ano. Com a diminuição de pagamentos com dinheiro deixa de fazer sentido existirem tantos balcões de pagamento nas estações. Um estudo concluiu que menos de 1% dos passageiros pagava as suas viagens no autocarro em dinheiro.

Até agora uma viagem paga a dinheiro no autocarro era mais cara que quando paga com o sistema contacless do Oyster.
O Oyster card é um cartão que funciona como passe social de uma forma semelhante ao Lisboa Viva. Podemos depositar dinheiro no Oyster (fazendo o que chamam de Top Up) que depois é deduzido a cada viagem que fazemos. Depois de associado o Oyster a uma conta online é possível fazer TopUp e consultar as viagens e gastos no site da TFL assim como definir um sistema de auto-TopUp que te carrega automaticamente quando o credito chega a um certo valor para que nunca fiques apeado.

E quando me esquecer o Oyster? Aí é possível fazer o pagamento com um cartão de débito/crédito contactless. Sem ter de pagar mais do que se fosse por Oyster.

Há uns 5 anos bastava ir a uma estação de metro para pedir um Oyster a custo zero. O problema foi o abuso que fez com que tantos usassem o Oyster como um bilhete descartavel. Entretanto passou a custar 3£ que, tanto quanto sei, podem ser devolvidos depois de devolvido o Oyster.

Mas e os turistas?
Não me lembro de ver turistas a contar trocos a porta de um autocarro. Aliás torna-se difícil distinguir as notas e moedas por isso desconfio que um turista já venha precavido e tenha um Travelcard ou um Visitor Oyster Card. O problema pode acontecer se aterrarem a horas tardias e aí sempre podem usar um cartao de credito contactless.

Resumido vão existir estas forma de pagar num autocarro:
 Mais informações aqui.

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