O slideshow seguinte mostra algumas manchetes no dia seguinte ao segundo debate televisivo entre os 3 candidatos:
Parece que cada um dos jornais em questão viu debates diferentes. Até as "sondagens" são muitos diferentes entre jornais.
Devo dizer que achei que o candidato Nick Clegg pelos Liberal Democrats pareceu-me populista mas mais seguro e com a lição mais bem estudada que os restantes. Também tudo se torna mais fácil quando não se pode ser criticato porque nunca esteve no poder.
Os jornais são escandalosamente parciais. Hoje vi manchetes que diziam claramente "Vote em A!" ou "Se não gosta de A vote B, se não gosta de C vote B!". Na sua grande maioria apoiam o candidato dos Conservatives, David Cameron. Este fim de semana vi fotografias do casal Cameron ao bom estilo de campanha americana do casal Obama. No início da campanha vi uma sequência de imagens que começava com o Cameron metiam photoshop à mistura e acabava com o Kennedy. Como quem tenta sublinhar 'semelhanças' fisicas entre os dois.
Pelo menos ficamos a saber que estes jornais são parciais em vez de, como em Portugal, fingirem-se imparciais e criarem um incêncido aqui, um boato ali. Mas não será isto mesmo uma violação da essência do Jornalismo? Tipo...informar?
Outra coisa que estranho é os meus vizinhos. Não é que deram para começarem todos a fazer campanha?!
Uma das fotos do slideshow seguinte mostra um cartaz anti Gordon Brown que acho vergonhoso. Acho que isto nem é legal em Portugal.
No mesmo dia irá decorrer as local elections (ou autárquicas). Estas são as únicas que posso votar por não ser Inglês. Mesmo assim acho já muita pinga ter direito de voto para a minha Borough (autarquia) com apenas um ano de descontos e coucil tax.
Sendo o meu Borough Lambeth e a minha constituency (freguesia?!) Streatham, isto significa que a imensa comunidade multi étnica (eu incluído) terá o mesmo direito de voto que um Inglês. Ora isto abrange lugares 'belos' como Brixton e Streatham Hill. Lugares esses repletos de crime e de malta que vive para e com os benefits (subsídios do estado).
Quero portanto dizer que um mitra que alugou um quarto (parcialmente pago pelo estado) que vive com 60£ por semana (subsídio de desemprego do estado) mais o que consegue com a venda dos rolex, vindo do Ruanda há 6 meses tem o mesmo direito de voto que um Inglês pai de filhos dono de uma pequena empresa de construção que dá emprego a outros 6...
Depois de dizer isto até sinto laca no meu cabelo de conservador...
Fico chateado por não ter direito de voto para as políticas que me vão afectar mais como aumento dos impostos para quem trabalha, e mais benefits para quem vive pra isso. Políticas pro, ou contra europeias... etc etc.
Mas fico a pensar se apenas viver num estúdio alugado à tão pouco tempo tem o mesmo peso que quem faz mesmo parte desta comunidade. É que a decisão que tomar se tiver consequências daqui a 5 anos, eu não estarei cá pra receber a factura.
A minha caixa de correio fica todos os dias cheias de panfletos de campanha. Hoje recebi um engraçado. A forma de fugir o caminho directo para o lixo (sem passar pela casa de partida nem receber 2 contos) foi usar um envelope formato postal com uma letra impressa muito semelhante a letra de mão. Como que se eu tivesse recebido um postal de algum amigo. E ao abrir uma extensa carta (também com a mesma letra estido 'mão') pedindo o meu voto.
Também me tenho rido com isto da campanha. Como quando recebi esta:
Eu só votaria neste amigo se a canabis fosse cotada em bolsa...
Primeiro o ar (extremamente feliz!) deste puto. Depois a forma como a montagem dá a ilusão de que ele é descendente dos Jackson 5.
E o próprio partido que ele representa (Workers Revolutionary Party, agora que estou a pensar deve ser mesmo 'A festa revolucionária dos trabalhadores' em vez do partido dos trabalhadores) vai contra o que ele defende e mais dos que isso, o que ele é! Porque com 21 anos e estudante o que ele não é, é trabalhador!
"No to student fees! Free state education! Kick out the privateers! Defend council housing! No to work experience and cheap labour!" Vá lá...ainda fala de trabalhadores.
2 comentários :
É verdade. Também fiquei admirada com a forma descarada com que os jornais apresentavam as suas opiniões explícitas sobre o seu partido preferencial. Sendo a maioria apoiante dos conservadores até as fotos escolhidos para apresentar cada líder partidário eram óbvias. O Cameron sempre com um sorriso Pepsodent. O Brown sempre com a pior cara possível. De facto não sei onde estão os valores do jornalismo imparcial por aqui. Ah é verdade, não estão.
Estranhamente o Pedro Mexia disse no programa Governo Sombra da Tsf, que este sim é um belo modelo. Que devia de ser importado para Pt. Já que todos sabem que jornais são do quê mas ninguém admite...tem parcialmente razão. Mas para mim Jornalismo imparcial é como Governar mal. Não existe. Ou se Governa ou se Desgoverna...
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