No escritório onde trabalho existe um facilities department que, para alem de passar a vida a coçar a micose, trata de manter a cozinha asseada e tratar dos mais variados assuntos relacionados com o espaço onde estamos.
Verdade é que o lava loiças está constantemente a entupir e ultimamente a gaveta dos talheres começou a desfazer-se. De modo que eles muito educadamente trataram de pedir para não a usarmos mais para eles evitarem de fazer o seu trabalho e simplesmente arranjar aquilo. Alguém tratou de dar um jeito na mensagem que achei genial. Está quase!
Oxford Street é famosa pelas suas lojas mas também, nesta altura, pelas luzes de natal. Para mim (e para quem viu as luzes de natal de Lisboa dos últimos anos) as de Oxford Street sempre ficaram muito aquém em dimensão e originalidade.
Este ano a crise parece também estar presente por terras londrinas e fiquei com sensação que são as luzes mais fracas e pouco imaginativas dos últimos 3 anos (normalmente têm o tema da estreia de cinema da Disney no natal).
Para contrariar isto temos Covent Garden que está em grande este ano.
A famosa estação de comboios Kings Cross (por culpa do Harry Potter) que também serve de ligaçao tgv para Paris tem uma arvore de natal feita de lego. À primeira vista pareceu-me uma desilusao. Alta mas não com a dimensão de Londres.
Mas com um olhar mais atento impressiona o detalhe.
PS - foi com pena minha que não encontrei as fotos que tirei do edifício da estação. Que tem uma beleza e valores histórico e arquitectónico.
Ele há coisas do diabo. Então eu que deixei de comprar a revista Time Out em londres (por deixar de fora grandes eventos de borla e publicar Beyonces da tanga) e hoje, sem saber o que ver, comprei a de Lisboa e o que é que descubro? Um concerto dos míticos Primitive Reason. Mas que prenda de Natal!
Esta banda marcou-me na pré-adolescência. Lembro-me de vibrar imenso ao som de 7 fingered friend naquelas que foram as primeiras vezes que ia a uma discoteca (e desconhecendo o verdadeiro significado do tema).
Anos mais tarde, viria a conhecer a minha mais que tudo e consequentemente a "Ana" da música 24pints ("jump jump Ana jump Ana").
Por isso e por muito mais é importante não perder este concerto.
Onde: Cais Sodré, Armazem F. Quando: 22h, 22 Dezembro Quanto: 10€
Fez agora 24h que cheguei a Lisboa para as férias de Natal (como manda a regra do emigrante). E há uma série de situações estranhas que me têm acontecido que mostram um pouco como mudei por estar há certa de 3 anos em Londres.
-não bato palmas a aterrar.
-passar-me com a lentidão das pessoas. Que raio! Nos andamos tão devagar. Parece que está tudo a passear. E têm de ir todos em linha para barrar o caminho. Por outro lado eu não tinha motivos para andar rápido. A minha boleia nem sequer tinha chegado. Mas algo me dizia que tinha um destino e que tinha de lá chegar RÁPIDO.
- olho pra direita e depois para esquerda e ao ver o carro no cruzamento faço-me à estrada...quase que esbarro com ele. Primeiro, o carro nem sequer abrandou. Se não parasse passava-me a ferro. Segundo, fiz o oposto do que fazia antes (olhar esquerda depois direita) e como tenho a confiança de que estou em casa perco a noção que os carros estão a andar ao contrario. Mas basta estar ao volante para isto me passar.
- uma adolescente passeia com a sua criança pachorrentamente barrando-me o caminho e não consigo conter um: Come on!!
- de seguida atrevo-me a ultrapassa-la e esbarro com quem me estava a fazer o mesmo e escapa-se-me um: "Sorry!".
-com o trânsito típico da avenida dos bons amigos (tanto carro? deve ser da crise. senão andávamos praí...de helicóptero) ao passar na passadeira mesmo com os carros parados espreito cautelosamente para ver se vem algum ciclista.
- alguém me segura a porta e respondo: "cheers."
- Estão 10 graus. Um sol que me deixa cego. Visto os calções e tshirt e vou correr.
Apesar de a minha cabeça ter um modo Inglês que liga de quando em vez isto não tem nada a ver com isso. Não sinto que mudei a língua do meu cérebro. Demoro uns 2 dias a perder o Hi quando vou pedir uma bica a um café e troco-o por Olá(O que parece ser mais vindo de um espanhol). Estas expressões saem-me automaticamente mesmo estando em modo Pt. E estão intimamente ligadas com a situação em causa. Tal como vou, sempre que o Cardozo falha um penalty, dizer FODASSE!!!
Nos dias de hoje, acontecimentos assim alastram-se nas redes sociais como que regados a gasolina. Na Segunda Feira notei que muitos dos meus colegas estavam a postar o mesmo video no facebook e decidi dar uma olhadela:
Todos se mostravam muito chocados mas o que me chocou a mim foi ver alguém insultar todos em redor numa viagem na zona entre Croydon e Wimbledon (que é como quem diz Chelas e Olivais) e não levar uma facada. É que nem um supapozito! Muitos já fizeram notícia, como cadáveres, naquelas mesmas zonas por fazerem muito menos.
Gostaria de analisar a expressão que ela usa: "Britain is fuck all". Um colega meu usa a expressão "fuck all" com muita frequência e confesso que não entendia ao início. Isto porque ela não deve ser entendida com o seu sentido literal. Uma boa forma de a explicar é usar o exemplo do Zé que exclama "I've won fuck all" após consultar o talão do euromilhões. Ou a Maria que ao encontrar-se com o amigo no pub diz "I did fuck all today". Ao ouvir esta expressão eu fico focado no "all" e dou-lhe ênfase não sei bem porquê. Daí considerar tratar-se de algo que é muito. Que é tudo. E o "fuck" no meio daquilo soa-me a "kick ass" nos meus neurónios. Logo ficaria a pensar que o Zé ganhou o euromilhões e que a Maria trabalhou "pra caralho". Mas o que acontece é que o Zé não ganhou um chavelho e a Maria não trabalhou "um caralho".
Ora voltando para o discurso da madame fico a pensar que ela poderia ter querido dizer uma de duas. A primeira que seria "Britain is fuck all" no sentido que fuck all significa nada. Logo "a Bretanha é nada". E uma segunda em que ela não conhece a sua própria língua e por isso disse o que disse querendo dizer "Britain is all fucked". A Bretanha está toda fodida.
Ora considerando que esta é uma das maiores economias mundiais. Que, apesar de não ser uma Alemanha, está na ponta (da lança) da europa. Que tem médicos Indianos que são dos melhores especialistas do mundo. Que tem Portugueses a investigar a curas do futuro para doenças como o cancro. Que tem gente de um mundo de nacionalidades que nos leva o leite, o jornal, o correio, varre o chão, corta a relva do parque. Que conduz o autocarro nocturno que nos leva a casa enquanto dormimos.
E ao pensar isto. Vejo o video novamente e pergunto "Quem é esta madame?"... She's fuck all.